Notícias de Angola – População vive pobreza extrema nos arredores de Luanda
Cerca de 515 famílias que habitam em casebres no bairro Povoado, Distrito Urbano da Samba, província de Luanda, vive abaixo da linha da pobreza. Os relatos que são colhidos daquela população são arrepiantes.
Só para se ter uma ideia, são contabilizados 12 mortes todos os meses por causa de infeção pulmonar e tuberculose, uma vez que às pessoas repartem o seu habitat com ratos, baratas, lixeiras. Por outras palavras, às famílias que aí residem, sem mínimo de saneamento, entre dezenas de crianças e adultos, estão entregues a própria sorte.
“O que mais nos mata é a diarreia aguda, sarampo, infeção pulmonar e tuberculose. Mas a doença mais letal é a infeção pulmonar”, disse Alexandrina ao Factos Diários (FD).
De acordo com os populares, no dia 13 de Junho de 2013, foram expulsos da Areia Branca, uma zona situada no interior da Samba.
Porém, contam, várias promessas foram feitas, mas o problema nunca foi resolvido.
Os coordenadores da zona segredaram ao FD que 70 por cento das dependem unicamente das doações, enquanto outras praticam actividade pesqueira.
Cagar e comer no mesmo local
A falta de casa de banho, leva com que mais de quatro mil e 700 pessoas a fazerem necessidades maiores em sacos, que depois são atirados no mar, ou em zonas improvisadas de casas de banho, a escassos centímetros das suas zonas de residências.
“A situação é lastimável, quer dizer que nós comemos onde cagamos porque lá onde deitamos as fezes, é no mesmo local onde pescamos e tomamos banho”, disse João da Silva.
Higino Carneiro mentiu
Segundo os moradores, em 2016, Higino Carneiro, então governador da província de Luanda, prometeu tirar os moradores de forma faseada daquele espaço, e incumbiu a responsabilidade a actual administradora do município de Belas. No entanto, contam os moradores, a dirigente levou apenas 18 famílias para apenas 13 casas no Zango III, e nunca mais foram tidos em conta.
Grupo Boa Vida minimiza sofrimento
O Grupo Boa Vida, realizou no sábado 21, uma acção filantrópica naquela comunidade, com a entrega de produtos da cesta básica.
Neusa Matoso, diretora de Informação do grupo Boa Vida, explicou ao Na Mira do Crime que a acção surgiu na sequência de várias acções que a empresa tem vindo a propalar a nível do país, com objectivo de acudir as famílias mais carênciadas.
“Esta doação é fruto de muito trabalho feito pela nossa equipa de constatação, que ao se aperceber das condições precárias por que passam estas famílias, accionou-nos e de imediato viemos acudir com algumas cestas básicas. Reconhecemos por um lado que, com o número de famílias, isto não vai resolver os problemas todos, por isso vamos continuar com este gesto nobre, quinzenalmente”, garantiu.
Na Mira do Crime/ Factos Diários