Os angolanos hoje estão a morrer mais com fome e seca que no tempo de guerra
Fome e morte são palavras com a mesma raiz em Angola: crise económica cujo governo é incapaz de acudir. Os acontecimentos no Cuando Cubango e no Cunene encerram uma barbaridade colossal do clima hediondo que se vive em Angola, em que diariamente perto de 6 pessoas morrem por escassez de comida ou de água, coisa que nunca terá sucedido, ainda em tempos de conflitos armados.
Prova de que o Presidente João Lourenço não está à altura de responder aos anseios do povo angolano, a ser verdade, está mais interessado em perseguir o Patriota que em acudir a problemática da fome e da seca que se vive em Angola, o silêncio descomunal, é prova clara de que João Lourenço não quer saber do povo angolano, quer sim, fazer ajustes de contas com os que o maltrataram enquanto esteve abaixo das asas deles no MPLA.
Tem – se falado do espectáculo do mundo, e comparada a vida a um teatro, parece que o pior teatro, senão mesmo terror, é o que se vive hoje em Angola, no sul do País, onde crianças morrem como se fossem gafanhotos, há zonas em que morrem famílias inteiras por escassez de alimentos e pela seca extrema, pela ironia dos factos, o Governo angolano, permanece de braços cruzados sem soluções algumas para acudir a problemática que se vive na esfera angolana. Os actores político da Nova Angola, têm atitudes políticas desdenhosas cujo âmbito visa apenas perseguir a sombra do passado, esquecem – se que, o âmbito actual é grave e carece de um olhar humanista para resolvê –lo: há milhares de pessoas a padecerem na pobreza extrema, e muitos dos quais já têm da morte o único destino contra suas vontades.
Angola, caminha assim, como apelei nos meus artigos anteriores à passos estugidos rumo ao abismo, porque no País mais rico de África Austral, há dinheiro para compra de um terreno para o bairro dos Ministérios orçado em 344 milhões de USD, mas não há dinheiro para acudir vítimas da fome e da seca prestes à darem o seu último à Deus.
Há dinheiro para construção de um ginásio dos deputados orçado em 12 milhões de USD, mas não existe dinheiro para acudir os milhares de cidadãos angolanos que morrem a cada instante que se passa asfixiados pela fome, lá vêm os tais, dizendo que o País mudou para o melhor, que melhoria, desde então? Há melhoria com essa carência hedionda que se vive no sul de Angola? O povo morre feito insectos enquanto milhões de dólares são gastos para fins menos necessários.
Fracassados mais uma vez. A miséria em Angola, não acaba nunca. Estamos pior que no tempo colonial. Infelizmente nenhuma angolano se salvará, parece que fomos amaldiçoados, nascemos num País ricos, mas estamos condenados a viver a pior miséria de sempre, nossos irmãos morrem de fome, mas o Governo cruza os braços e nem sequer com isso se interessa.
Senhor Deus, tenha compaixão de nós, não nos bastou a guerra, agora é mais a fome extrema por inexistência de políticos capazes de nos salvar? Senhor Deus tem piedade do povo angolano. Porque destes políticos oportunistas que nada querem saber do povo afinal? Será que os angolanos foram apenas destinados à sofrer eternamente?
João Hungulo, MD, Jurista e Mestre em Filosofia Política.