Notícias de Angola – José Eduardo dos Santos completa hoje um ano fora de Angola
O ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, deixou num dia como hoje, 16 de Abril, Angola, num Voo da TAP com destino a Lisboa, em viagem para o Reino de Espanha, onde deveria efectuar exames médicos de rotina.
José Eduardo dos Santos optou a companhia portuguesa TAP, em detrimento da própria companhia de bandeira TAAG na sua deslocação à Europa. Em nota divulgada um dia antes da viagem do ex-presidente, a Casa Civil do Presidente da República considerava surpreendente a decisão de José Eduardo dos Santos em se fazer transportar em aeronave comercial estrangeira.
Na altura já se adivinhava um ‘desaguisado’ entre o actual presidente e José Eduardo, pois, boa parte das peças chaves que JES colocou em lugares chaves de decisão do país, foram afastado por João Manuel Gonçalves, que já apontava o caminho para próximos de dos Santos.
A saída de JES do país, depois de uma conferência de imprensa ‘atabalhoada’, que mostrava claramente que estava zangado com o seu sucessor, foi vista por muitos como ‘fuga necessária’, uma vez que se cogitava humilhações em praça pública, de alguém que mandou em tudo e todos por mais de duas décadas.
A detenção de José Filomeno dos Santos aponta para isso mesmo. Se por um lado alguns membros influentes do partido dos camaradas achavam que a exoneração de Isabel dos Santos e “Zenu” bastavam para acertar em cheio no “Man Zé”, a perda de bens e arrestos por parte dos filhos do ex-presidente, mais a detenção do varão colocou em ´debandada’ todos aqueles que tinham uma fidelidade ‘canina’ de JES.
O partido dividiu-se em dois, com exonerações sucessivas de JLO para quem ‘bendizesse’ dos Santos.
Com dezenas de processos a serem elaborados pela Procuradoria-Geral da República, com Isabel dos Santos quase a implorar pela devolução dos seus bens e, com o filho a ser julgado e quase toda família dispersa pelo mundo fora, estamos para ver em que condições José Eduardo dos Santos regressa ao país que o tornou poderoso e também o transformou num simples cidadão.
Por Osvaldo de Nascimento