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Guerra de Corruptos: Diretores do BPC acusam-se pela fraude 400 milhões de kwanzas

Guerra de Corruptos: Diretores do BPC acusam-se pela fraude 400 milhões de kwanzas

Quatro diretores do Banco BPC recorreram a mediação do BNA, para intervir nas acusações de negligencias a que estão a ser sujeitos na sequencia de um roubo de Akz 400 milhões de kwanzas ocorrido no dia 17 de Abril de 2020.

Os visados colocados na direção de tecnologia (DTI) e no Gabinete de Segurança Eletrônica (GSE), consideram que o processo movido contra as suas pessoas não foi justo, por isso endereçaram a poucos dias uma carta ao Governador do BNA, José de Lima Massano com cópia, a outras entidades de investigação econômica do país.

Funcionários acusados de negligencia recorrem ao BNA

Na extensa carta de seis páginas os seus subscritores, António Bandeira da Silva, Bento Pedro, Macongo Mendes, Mário da Silva Duarte, começam por justificar que “Vimos denunciar os abusos que têm sido praticados pelo Conselho de Administração do BPC, na pessoa do administrador Cláudio Pinheiro Macédo, que responde pelas áreas de controlo interno do Banco, consubstanciado no seguinte”.

“Na sequência da fraude que ocorreu nos sistemas informáticos do BPC no dia 17 de Abril de 2020 e que resultou no roubo nas contas bancárias da SIMPORTEX e do Dr. José Vanduném, no valor de Akz 400 milhões e Akz 40 milhões respectivamente, o banco despoletou um conjunto de ações no sentido de se apurar o autor do crime. Ponto até hoje não se conseguiu determinar o autor do crime, senão algumas teórias sem sustentação da parte do administrador Cláudio Pinheiro Macédo que se arroga ser amigo do Presidente da Mesa de Assembleia Geral do BPC”

Segundo os queixosos, “não tendo o Banco conseguido encontrar o autor do crime, virou-se contra os subscritores desta carta, acusando-os de terem sido negligentes no exercício das suas tarefas e não observância das normas internas, tendo por isso facilitado a ocorrência da fraude. No seguimento foram instaurados processos disciplinares que culminou com despedimentos disciplinares, em carta enviada no dia 7 de Julho de 2020 via whatsupp ao subdirector da direcção jurídica e contencioso Nádio Garrido”.

Inconformados com o sucedido, os referidos funcionários acusados, recorreram ao PCA do BPC, André Lopes, no passado dia 10 de Julho, solicitando criação de uma comissão para avaliação dos procedimentos alegando que “o processo foi mal conduzido e extremamente viciado”.

De acordo com os mesmos, “o relatório do Gabinete de Segurança, cita, que houve clara intenção destas diretores em manter os alertas desligados”.

Os mesmos endereçaram as seguintes questões ao Governador do BNA, “Quem desligou os alertas dos movimentos transacionais? quem é o responsável pelo controlo da operacionalidade dos alertas da direção de auditoria? Com que periodicidade a direcção de auditória interna avalia os alertas e como tem sido tratado e reportado ao conselho de administração do banco? Será que não tem acontecido outras fraudes e por não serem denunciadas ou tornadas mediáticas o BPC, vê -se obrigado a ocultar ao banco central”.

Os autores da carta pediram ainda a intervenção do BNA no sentido de “instar ao BPC a criar uma comissão especial para apurar a nossa suposta negligência, porque nós fizemos o nosso trabalho como tem sido”.

“O director do Gabinete de segurança eletrônica do BPC atestou em carta ao PCA que a atuação dos técnicos foi com base nas normas e procedimentos de alteração de senha e atribuição de privilégios dos utilizadores. Mesmo assim a carta foi ignorada o que mostra que o BPC, pretende a todo custo mostrar a sociedade que encontrou e puniu os prevaricadores”, reclamaram.

Os funcionários descrevem que “o roubo aconteceu a partir de e-mail que eram enviados pela gerente do balcão Waco, Sr Paquisse Daniel, que afinal não se encontrava no balcão por ser do grupo de risco. Uma vez que a nível da estrutura de gestão do quadro interno não houve partilha dos utilizadores que estariam na idade de risco com base no decreto presidencial”.

Por conseguinte, alegam que “para além do acima mencionado foram atropelados todos os princípios básicos de isenção e imparcialidade por parte do administrador Cláudio Pinheiro Macédo, pois, não fomos ouvidos em sede de instrução pela direção de auditoria interna, na altura”.

Fazendo correção as acusações, o PCA do Banco, André Lopes reagiu a um dos visados alertando que “a fraude a que se refere não esteve envolvido ninguém ligado ao Administrador Cláudio, mas sim um funcionário do gabinete do Administrador Victor”.

“Exigimos uma investigação isenta e imparcial que não envolva os elementos do BPC. Porque, não é normal nem sério da parte do Banco, depois de termos recorrido ao Sr. PCA do BPC e ele por sua vez entregou o processo à mesma pessoa e equipa que está a nos tramar. No mínimo esperávamos que indicasse outro administrador para conduzir”

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