Notícias de Angola – EPAL EP: Funcionários em greve a mais de 10 dias, retiram serviços mínimos e falam de ameaças da direção
Mais de 320 trabalhadores da Empresa Provincial de Água de Luanda (EPAL) afectos à Confederação Geral de Sindicatos Livres de Angola (CGSILA), que estão em greve há 12 dias, decidiriam esta segunda-feira, 8, retirar os serviços mínimos que vinham prestando, para que a greve seja de 100 por cento, face ao “braço de ferro” entre a entidade empregadora e os grevistas.
A informação foi avançada pelo primeiro secretário da comissão Sindical da EPAL EP, António Domingos Martins, que realçou que muitos dos seus colegas estão a ser ameaçados, de despedimentos e processos indisciplinares, caso se juntem à greve. “A greve continua, mas a empresa está a coagir muitos dos funcionários para trabalharem como cavalo”, disse o líder sindical.
“Começamos ontem a tirar o pessoal que estava a garantir os serviços mínimos e, como alternativa, a empresa está a usar alguns diretores e chefes de departamento que também são técnicos, para que esses operem as máquinas e então garantirem os serviços”, relatou
António Domingos Martins denunciou que a paralisação dos funcionários da EPAL EP, em parte está a beneficiar os diretores da empresa, bem como alguns dirigentes do Executivo, que têm como negócio a comercialização de água, em camiões cisterna, porque, segundo conta, são os donos de girafas que foram todas privatizadas.
O sindicalista disse também que os líderes da empresa estão a enganar os órgãos de comunicação social quando asseguram que a EPAL EP, está aberta a negociações com os responsáveis sindicais.
“Isso é tudo mentira, até agora não fomos convidados a negociar, e, caso não haja solução, nós vamos continuar com os braços cruzados”, armou.
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“Greve” paralisa CFL
Quanto ao caderno reivindicativo apresentado à entidade empregadora, António Domingos Martins disse haver condições para que a EPAL EP, efective algumas das reivindicações ainda este ano, sobretudo a questão do aumento salarial, na ordem dos 200% . Entretanto, o sindicalista refere que o novo salário pretendido ronda os 150 mil kwanzas, contra os menos de 60 mil que recebem.
De referir que o caderno reivindicativo enviado à administração da EPAL EP, contém cerca de 35 pontos, onde estão, entre outras, a exigência de aumento do subsídio de alimentação e transporte de 22 mil para 44 mil kwanzas, a atribuição de seguro de saúde para os trabalhadores e para o agregado familiar, promoções, subsídio de transportes e a formalização do pagamento do 14º mês.
Sobre o assunto o NJOnline contactou o diretor de Recursos Humanos da EPAL EP, Domingos Januário de Almeida, para o devido esclarecimento, mas este responsável não se mostrou disponível.
Fonte: NJ