África deveria ter direito especial para impressão de dinheiro como outros continentes – Economista Carlos Lopes
O economista Carlos Lopes acha que países como Nigéria ou África do Sul deveriam ter o “direito de tiragem” do FMI, equivalente à impressão de dinheiro, sem risco de inflação. África precisa de 200 mil milhões de dólares.
O continente africano enfrenta a maior crise económica dos últimos 30 anos devido à “tempestade perfeita”, agravada pela pandemia de Covid-19. Neste momento, segundo as contas do economista guineense Carlos Lopes, África precisa de 200 mil milhões de dólares para estimular a sua economia e terá uma recuperação débil em 2021.
Neste domingo (10.05), o presidente em exercício da União Africana (UA), o chefe de Estado da África do Sul, Cyril Ramaphosa, defendeu que a suspensão dos pagamentos da dívida deve vigorar durante dois anos e não apenas até dezembro.
Na reunião, que contou com a presença dos presidentes de Angola e de Moçambique, além de outros membros da região, o chefe de Estado da África do Sul passou em revista as medidas financeiras que foram tomadas nas últimas semanas e defendeu novamente a permissão de os Estados acederem aos Direitos Especiais de Saque (DES) do FMI, ou seja, às reservas financeiras do próprio Fundo.
Em entrevista exclusiva à DW África, o Alto Representante de África junto da União Europeia e professor da Nelson Mandela School of Public Governance da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, revela que as poupanças africanas são investidas em veículos financeiros que não ajudam a desenvolver a África, mas sim estão a render e a ajudar economias de outros continentes.
O antigo secretário executivo da Comissão Económica da ONU para África, Carlos Lopes, fala ainda do alívio da dívida e da atenção que Alemanha está a dar a África.
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C/ DW