Notícias de África – Militares anunciam golpe de Estado no Gabão e declaram anulamento das eleições gerais
No Gabão, militares dizem que estão a tomar o poder, declaram o anulamento das eleições gerais de 26 de agosto e o encerramento de fronteiras “até nova ordem”. A AFP fala numa dezena de militares como estando à frente deste golpe de estado.
Em comunicado, as auto intituladas Forças de Defesa e de Segurança, afirmavam que “a organização das eleições, ditas gerais de 26 de agosto de 2023, não reuniu as condições para um escrutínio transparente, credível e inclusivo, tão esperado pelo povo gabonês”.
No referido documento diziam ter-se reunido no “Comité de Transição e de Restauração das Instituições” e que, em nome do povo gabonês, da paz e da proteção das instituições decidiram pôr fim “ao regime no poder”.
“Todas as instituições da República são dissolvidas, incluindo o Governo, o Senado, a Assembleia Nacional, o Tribunal Constitucional, o Conselho Económico, Social e Ambiental e o Centro Eleitoral do Gabão”, lia-se no comunicado.
Resultados das eleições gerais apresentados horas antes
Um movimento que acontece horas depois do anúncio dos resultados do escrutínio com a vitória anunciada do Presidente Ali Bongo Ondimba, no poder há 14 anos. De acordo com dados oficiais este conquistou um terceiro mandato com 64,27% dos votos expressos.
O Centro Eleitoral Gabonês (CGE) dizia que numa única volta, Bongo tinha derrotado o principal rival Albert Ondo Ossa, que tinha obtido apenas 30,77% dos votos. A taxa de participação no escrutíno foi de 56,65%.
Duas horas antes do fecho das urnas, Ondo Ossa denunciava “fraude orquestrada” pelo vencedor e seus apoiantes e reclamava vitória nas eleições.