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Ana Gomes diz ter provas de lavagem de dinheiro de Isabel dos Santos

Notícias de Angola – Ana Gomes diz ter provas de lavagem de dinheiro de Isabel dos Santos

O Informativo Angolano soube que, a Ex-eurodeputada Ana Gomes diz ter provas de que Isabel dos Santos usa o EuroBic para lavar dinheiro e convida Teixeira dos Santos a consultar o seu site. Fala sobre estes casos para “picar os reguladores” a atuarem.

Teixeira dos Santos pediu a Ana Gomes para apresentar provas de que a empresária angolana Isabel dos Santos usa o EuroBic para “lavar dinheiro” e a ex-eurodeputada já respondeu. “Tenho provas e estou farta de apresentá-las às autoridades nacionais e europeias. (…) Até facilito a vida ao dr. Teixeira dos Santos: as cartas são públicas e estão no meu site”, disse no seu espaço de comentário na Sic Notícias.

Na passada segunda-feira, Ana Gomes escreveu no Twitter que Isabel dos Santos “lava [dinheiro] que se farta” e sugeriu que a filha do antigo Presidente angolano Eduardo dos Santos usa o banco português EuroBic, onde é acionista, para esconder a origem do seu dinheiro. Em reação, Teixeira dos Santos disse ao ECO que “ou Ana Gomes prova o que afirma ou será acusada de difamação”.

A ex-eurodeputada socialista respondeu esta terça-feira. “Tenho provas e estou farta de apresentá-las às autoridades nacionais e europeias que levaram de resto a intervenções dessas mesmas autoridades europeias, fazendo, por exemplo, a senhora engenheira Isabel dos Santos deixar de ser acionista do BPI, que foi um banco que lhe emprestou dinheiro para ela comprar a Efacec. Há outros aspetos relacionados com a governação do Eurobic, que é outro banco onde ela é acionista mas já não com a participação dominante que tinha, que era de 42,5%. Hoje suponho que é bastante menor exatamente por intervenção ao Autoridade Bancária Europeia”, esclareceu.

Depois convidou o presidente do Eurobic a consultar o seu site — www.anagomes.eu — para analisar as provas das suas declarações. São as cartas que Ana Gomes enviou às autoridades, incluindo ao Banco de Portugal. “A última carta para o sr. Governador está aqui, é de junho de 2018. As cartas são conhecidas e até facilito a vida ao dr. Teixeira dos Santos, que hoje é empregado da senhora engenheira Isabel dos Santos, sendo o presidente do Eurobic: as cartas são públicas e estão no meu site”, afirmou ainda.

“Tenho provas e estou farta de apresentá-las às autoridades nacionais e europeias que levaram de resto a intervenções dessas mesmas autoridades europeias, fazendo, por exemplo, a senhora engenheira Isabel dos Santos deixar de ser acionista do BPI, que foi um banco que lhe emprestou dinheiro para ela comprar a Efacec.”

Nessas correspondências Ana Gomes diz expor o esquema usado por Isabel dos Santos para esconder a origem do seu património. A empresária angolana afirmou em entrevista publicada na segunda-feira que contrai dívidas junto dos bancos para fazer os seus investimentos, afastando suspeitas sobre a licitude da sua fortuna.

“Toda a gente sabe, qualquer advogado ou contabilista de vão de escada sabe, que a maneira de ofuscar a origem do património e do dinheiro é exatamente criar dívidas e depois é o pagamento das dívidas. É o esquema que em inglês se chama layering”, explicou. E deu o caso da compra da Efacec.

“Pagou a Efacec com empréstimos dos bancos portugueses onde era acionista e também com dinheiro do Estado angolano que foi transferido para uma empresa offshore dela na Madeira, a Niara Holdings. Foi exatamente isso que me levou a interessar pelo património dela e a verificar que os bancos portugueses e o Banco de Portugal não fazem o que é suposto fazer quando se está perante um chamado PEP — Pessoa Politicamente Exposta –, em relação ao qual todos os bancos sabem que têm de fazer due dilligence reforçada e que não basta ir ver a origem da transação mas é preciso ir ver a origem da fortuna”, explicou.

“Faço supervisão sem precisar de cargo”

Ana Gomes afirmou que denuncia casos de lavagem de dinheiro “por obrigação” e também para “picar” os reguladores a atuarem de forma mais assertiva e transparente.

“Tenho obrigação de usar os meus conhecimentos, designadamente nesta matéria financeira que é também uma questão de segurança nacional”, afirmou no seu comentário na Sic Notícias.

Também abordou o facto de ter respondido no programa “Gente que não sabe estar”, da TVI, que não se importaria de exercer um cargo num supervisor. Ana Gomes esclareceu que estava a brincar (o programa é de humor) e que nem precisa de ser supervisor para exercer essa função. “Estou a fazer supervisão sem precisar de cargo”, referiu. Disse estar a fazer estas denúncias também para “picar aqueles que deviam estar a supervisionar para que cumpram o seu trabalho e o façam de forma clara, transparente e assertiva”.

“Estou a fazer supervisão sem precisar de cargo. Estou a picar aqueles que deviam estar a supervisionar para que cumpram o seu trabalho e o façam de forma clara, transparente e assertiva para os cidadãos terem confiança nas instituições e no sistema financeiro português.”

“Não consigo aceitar mais que esteja a ser desgovernado porque aqueles que deviam ter a responsabilidade de dar o exemplo ao mais alto nível exercendo as suas funções de supervisão, de justiça não o fazem. Precisamos também de cidadãos que tenham responsabilidade e consciência e que se indignem”, afirmou. “Eu tenho indignação. Podia estar confortavelmente em casa a gozar os louros do tempo do Parlamento Europeu”, disse ainda. ECO

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