Notícias de Angola – Quarta peradora Africell promete investir milhões em Angola
A operadora Africell pretende investir “centenas de milhões de dólares” em Angola, depois de ter vencido o concurso público para se tornar na quarta operadora de telecomunicações, e começar o serviço em meados de 2021, adiantou a operadora.
O diretor de investimentos da operadora Africell, Ian Paterson, revelou à agência Lusa: “Estamos a prever fazer uma entrada muito relevante no mercado, vamos investir centenas de milhões de dólares em Angola. Estamos em discussões avançadas com vários dos nossos parceiros de financiamento para estruturá-lo adequadamente”.
A operdora de telefonia móvel, criada no Líbano mas atualmente dirigida a partir da capital britânica, angariou nos últimos cinco anos 324 milhões de euros de entidades como a agência de investimento norte-americana US International Development Finance Corporation (USIDFC), dos fundos Gemcorp e Helios Investment Partners e da International Financial Corporation, que faz parte do Banco Mundial.
A dimensão do investimento planeado pela operadora pan-africana reflete a convicção no potencial do mercado angolano, o qual explodiu durante os anos de crescimento económico, mas tem vindo a descrever desde 2014, acompanhando a queda do preço do petróleo que arrastou Angola para uma crise económica.
“O mercado de telecomunicações é muito atrativo”
De acordo com o Instituto Angolano das Comunicações (INACOM), em 2019 o número de subscritores de serviços de telemóvel recuperou pela primeira vez em cinco anos, aumentando 12% relativamente a 2018, para 14,8 milhões, enquanto que a taxa de penetração passou de 45% para 49%.
A Unitel domina o mercado, com cerca de 80%, à frente da Movicel, que tem cerca de 20%, enquanto que a Angola Telecom (empresa estatal em processo de privatização) possui apenas uma posição residual.
“O mercado de telecomunicações [angolano] é muito atrativo porque há muito pouca concorrência verdadeira”, reconhece Paterson.
E o gestor acrescenta: “A Unitel é um agente dominante no mercado e os clientes sofreram como resultado disso porque não receberam o melhor em termos de preço, valor e serviço que teriam se existisse uma concorrência verdadeira e o dinamismo que isso traz”.
As promessas da Africell
A relação custo-benefício será uma componente importante da estratégia da Africell para romper no mercado angolano, procurando chegar a utilizadores que ainda não estejam a usar serviços ‘premium’ com planos de preços e aparelhos mais sofisticados, mas de custo mais acessível.
“Planeamos introduzir planos de preços muito mais criativos e flexíveis. Vamos ter mais soluções de alta velocidade, mais serviços de valor acrescentado. Em particular, coisas como pagamentos móveis e conteúdos, que não foram bem integrados no produto principal de comunicação, vão fazer parte da nossa solução”, adiantou Paterson.
A Africell prevê criar 6.000 postos de trabalho diretos e indiretos nos próximos três a cinco anos, aproveitando ou formando recursos humanos locais, com o recrutamento a começar em breve.
C/ DW