Notícias de Angola – Comandante-geral Paulo de Almeida acusado de abuso de autoridade
O comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-chefe Paulo Almeida, está a ser acusado pelo cometimento de “crime de abuso de autoridade, usurpação de imóvel e danos” por ter alegadamente ordenado aos seus subordinados “munidos de armas de fogo para ocupação de uma parcela de terreno” no município do Talatona.
A acusação consta de uma exposição recentemente endereçada a Casa de Segurança da Presidência da República pelo cidadão Domingos Cadete Neto que se apresenta como “o possuidor e legitimo superficiario de uma parcela de terreno , sito no distrito urbano do camama, município de Talatona, com área de 2597, m2, há mais de 10 anos”.
“Sucede que em Setembro de 2019, o ofendido arrendou o espaço ao senhor Mendes, e esse após duas semanas do inicio das obras, o ora acusado (Paulo de Almeida), mandou o seu diretor de gabinete (superintendente Oscar), o comandante Municipal do Talatona (Comandante Rosário), e alguns membros do efectivo da Polícia Nacional junto do Talatona, para que fosse até ao espaço e parassem a obra” , lê-se na exposição datada de 12 de Junho do corrente ano, com copia ao Ministro do interior, a Assembleia Nacional, e ao Chefe do SINSE.
No mesmo documento na qual o Club-K teve acesso, o cidadão Domingos Cadete Neto, prossegue dizendo que “os mesmos foram ao local, munidos de arma de fogo e do poder de autoridade, sem a presença de nenhum membro da administração, entraram no local (totalmente vedado com blocos e portão), intimidaram os pedreiros, pararam a obra levantaram o material que se encontraram, alegando obra embargada por falta de licença de construção”
De recordar que em 2018, o Maka Angola noticiou que o comandante-geral da Polícia Nacional, Paulo Gaspar de Almeida, estava constituído arguido por esbulho violento de uma quinta de 12 hectares, zona do Zango 0, município de Viana em posse do camponês Armando Manuel, de 71 anos, há quase 40 anos.
O terreno situa-se na zona do Zango 0, município de Viana. Actualmente, encontra-se sob controlo efectivo da esquadra local, que destacou cinco agentes policiais para o vigiar, impedindo o legítimo proprietário de lhe aceder e agindo como se Paulo Gaspar de Almeida o possuísse.
Em declarações à imprensa, após ter sido empossado como comandante-geral da PN, o substituto de Alfredo Mingas “Panda” admitiu a existência do litígio.
Em Agosto do mesmo ano quando foi empossado no cargo, admitiu a existência do litígio que decorre no Tribunal Supremo.
Afirmou que adquiriu a parcela de terra em 1998 por intermédio do Gabinete de Desenvolvimento e Aproveitamento Hidráulico do Kikuxi (GADAK).
Explicou que o terreno foi ocupado por um cidadão que, por sua vez, levou o caso a tribunal, para dirimir a disputa, tendo o órgão de justiça passado uma sentença a favor de Paulo de Almeida.
Ultrapassado o primeiro caso, disse que apareceu um outro cidadão com documentos considerados falsos a reclamar a posse do mesmo espaço.
“É mais uma das coisas do eixo do mal. Os tribunais existem e vamos esperar”, realçou o novo comandante-geral da Polícia Nacional.
Club-K