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Embaixadas do Ruanda, França e EUA destruídas na RDC

Notícias de África: Embaixadas do Ruanda, França e EUA destruídas na RDC

Embaixadas

 

As Embaixadas do Ruanda, da França e dos Estados Unidos da América foram atacadas esta terça-feira, 28, por um grupo de manifestantes em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo.

Em entrevista exclusiva à Rádio Correio da Kianda, o jornalista congolês Eric Izima confirmou o ataque, justificado, segundo disse, pelo apoio da França ao exército do Ruanda, que por sua vez, é acusado pelo governo de Tshisekedi de apoiar o avanço do M23 no Leste da RDC, apoio este até então, não confirmado por Kigali.

“Os jovens manifestaram hoje a sua revolta e mostram-se disponíveis para travar a invasão do M23”, disse, confirmando que a Embaixada do Ruanda foi totalmente destruída, enquanto os danos nas outras duas embaixadas foram parciais.

Ouvido pelo Correio da Kianda, o analista de Relações Internacionais Adalberto Malú, disse que “este tipo de mobilização reflecte o crescente sentimento de frustração da população congolesa em relação ao que percebem como uma inércia ou conivência da comunidade internacional diante da instabilidade no Leste do país, atribuída à actuação do M23 e ao suposto apoio de Ruanda. Além disso, a reação popular busca pressionar governos ocidentais a assumirem uma posição mais firme contra o que Kinshasa considera violações da soberania nacional”.

Entretanto, avalia os riscos que tais acções podem ter na busca de uma solução diplomática para o conflito entre os dois Estados:

“Uma pressão internacional reforçada contra Ruanda poderá intensificar a rivalidade regional, colocando em risco os esforços para alcançar uma solução diplomática sustentável que se pretende na reunião de amanhã. Assim, o apelo de Tshisekedi pode gerar apoio, mas o preço de alienar parceiros externos críticos pode aumentar os desafios diplomáticos e de segurança“, analisou.

Falou, igualmente, da repercussão internacional que pode ter os ataques às Embaixadas francesa e norte-americana em Kigali.

“Do ponto de vista das repercussões, estas acções podem ter um impacto relevante. No curto prazo, podem fortalecer o discurso interno do Presidente Tshisekedi, posicionando-o como defensor dos interesses nacionais num momento de grande instabilidade. No entanto, existe o risco de que esta estratégia polarize ainda mais a opinião internacional e prejudique as relações diplomáticas da RDC, especialmente com potências como os Estados Unidos e a França, que historicamente desempenharam papéis mediadores na região”, disse.

Numa escalada da tensão entre os dois países, em uma carta à Embaixada do Ruanda na República Democrática do Congo, o governo de Félix Tshisekedi anunciou este sábado a retirada dos seus diplomatas de Kigali, bem como deu 48 horas para que o governo de Paul Kagame fizesse o mesmo.

Em causa está o avanço do M23 e o cerco à capital do Kivu-Norte, Goma, inclusive com o assassinato do governador daquela província, que a RDC atribui a responsabilidade ao Ruanda.

Segundo o jornalista congolês Eric Izima, após intensos confrontos, Goma foi recuperada pelo exército congolês.

A RDC acusa o Ruanda de apoiar os rebeldes do M23, enquanto Kigali, embora negue todas as acusações, também acusa o exército congolês de apoiar os remanescentes das Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda, responsáveis ​​pelo genocídio de 1994.

Fonte: Correio Kianda

 

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