Notícias de Angola – Dólares de regresso à banca angolana
Banca angolana retoma a compra de dólares directamente de EUA – BNA
O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, afirmou nesta sexta-feira, em Luanda, que já se assiste em Angola uma relação de correspondência, directamente, de dólares com os Estados Unidos da América.
“Com grande satisfação, vimos que alguns bancos comerciais já têm correspondentes no mercado dos Estados Unidos da América” afirmou Lima Massano em conferência de imprensa, após a reunião do Comité de Política Monetária (CPM).
Encontros entre responsáveis do BNA e da Reserva Federal (FED) já foram realizados, por forma a estreitar as relações e recuperar a moeda norte-americana nas operações bancárias.
A relação entre Reserva Federal e os bancos correspondentes foram interrompidas em 2016, situação que agravou a crise cambial que o país vive desde 2014.
BNA transfere aquisição de moeda estrangeira às petrolíferas
“O BNA não tem vocação, e não é sua missão, de intervir diariamente no mercado cambial vendendo ou comprando divisas. Temos de deixar o mercado funcionar”, admitiu o governador.
A intenção, que vem sendo explorada há algum tempo, obedece a várias opções de segurança para este tipo de transação, tendo em conta as experiências vividas com relação a excessiva concentração num ou noutro banco.
Ainda para esta operação, foi explorada a opção da criação de uma plataforma, mas avançou-se a possibilidade das companhias venderem, directamente, aos bancos comerciais com os quais têm relações regulares de negócios.
Limite de fundos passa de 5% a 2,5%
Com a tomada desta decisão, o BNA reduziu o limite de posição cambial de 5% dos fundos próprios para 2,5%, para que a moeda a ser adquirida pelos bancos comerciais não seja retida por estes.
Actualmente, até 5% de fundos próprios ou o equivalente pode ser moeda retida dentro dos respectivos bancos, ou seja, o banco pode comprar moeda e não vender o equivalente até 5% dos fundos próprios.
Com essa redução, os bancos comerciais passam a ter apenas uma margem de 2,5% dos fundos próprios, para eventual retenção de moeda, com vista a cobertura de qualquer necessidade que venham a ter.
De acordo com o governador do Banco Central, isso vai permitir que a moeda adquirida às petrolíferas, por um banco particular, venha a ser colocada no mercado interbancário, criando maior dinamização.
“Os bancos irão participar de forma mais activa no mercado cambial, o que vai ajudar a acelerar a descoberta do preço justo e do equilíbrio da moeda na nossa economia”, observou Lima Massano.
Na eventualidade de um banco comercial ultrapassar o limite dos 2,5% e não tiver condições de repassar a mesma no mercado interbancário, o banco vê-se obrigado a vendê-la ao BNA à taxa de compra deste.