Notícias de Angola – Dívida pública angolana atinge 111% do PIB em 2019
É histórico! Um ano de trabalho dos angolanos já não chega para amortizar a dívida pública angolana, “kilapis” do Estado.
A Depreciação rápida do Kwanza face às moedas internacionais no IV trimestre e quebra na produção de petróleo está na base da subida do rácio da dívida pública. O FMI revê pela terceira vez o crescimento económico para 2019 e desta vez aponta a uma recessão de -1,1%, a mesma projecção do Governo.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em alta o rácio de divida pública angolana para 111% do Produto Interno Bruto (PIB) no final deste ano, depois de inicialmente ter apontado aos 91%.
A “culpa” é da desvalorização rápida do Kwanza face às moedas internacionais no IV trimestre e a queda da produção de petróleo no País, revela o documento sobre a segunda avaliação ao cumprimento das metas do programa de financiamento a Angola publicado esta semana no site da instituição.”A dívida de Angola permanece sustentável, mas o rácio dívida/ PIB aumentou substancialmente, e os riscos já altos aumentaram ainda mais.
A dívida pública angolana permanece altamente vulnerável a choques macro-fiscais, com os principais riscos a serem a sustentabilidade da dívida decorrente da depreciação da taxa de câmbio mais rápida do que o esperado, declínios adicionais da produção ou dos preços de petróleo, ou a deterioração das condições de financiamento”, refere o documento.
Só em 2021 é que a dívida pública (Governo, Sonangol, TAAG e dívida com garantia do Estado) deverá ficar abaixo dos 100% do PIB, mais concretamente 95,1%. O FMI prevê que em 2020 o rácio dívida/PIB seja de 102% no final do ano.
Recorde-se que a ministra das Finanças, Vera Daves, admitiu recentemente que a dívida pública deve atingir um valor recorde no próximo ano, estimando que o rácio do stock da dívida sobre o PIB diminua a partir do segundo semestre de 2020.
Por outro lado, o Fundo Monetário reviu em baixa o crescimento económico para 2019, passando de -0,3% para -1,1%, igual ao projectado pelo Governo. (…)