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Rafael Marques tem provas de que João Lourenço está a formar uma nova elite de saqueadores

Notícias de Angola – Rafael Marques tem provas de que João Lourenço está a formar uma nova elite de saqueadores

Os principais partidos da oposição, UNITA e CASA-CE, acreditam que as recentes declarações de Rafael Marques, segundo as quais o Presidente da República, João Lourenço, tem estado a “dar sinais claros de que está a formar uma nova elite de saqueadores”, estão sustentadas por provas.

Em resposta ao pedido do Novo Jornal para comentarem as suspeitas lançadas por Rafael Marques sobre a gestão de João Lourenço, UNITA e CASA-CE entendem que o jornalista está documentado.

“As suas investigações são sérias. Se ele disse isso é porque há provas suficientes”, disse o porta-voz do “Galo Negro”, Alcides Sakala, salientando que o jornalista tem dedicado os seus esforços para a defesa dos direitos humanos e combate à corrupção generalizada no país.

Alcides Sakala entende que a distinção do jornalista como 70º Herói Mundial da Liberdade de Imprensa, atribuída pelo Instituto Internacional da Imprensa (IPI), “é fruto da sua coragem na denúncia de actos de corrupção que grassam no Governo de Angola”.

“Rafael Marques tem feito um trabalho brilhante sobre o combate à corrupção. O prêmio é bem-vindo”, disse Sakala, destacando que o papel da sociedade civil é fiscalizar as ações do Governo.

Já o vice-presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), Manuel Fernandes, não entrou em detalhes sobre as declarações de Rafael Marques.

“Se o jornalista Rafael Marques fez tais observações é porque tem provas suficientes para afirmar isso”, resumiu Manuel Fernandes, que aproveitou a oportunidade para saudar o jornalista, pela indicação do IPI.

“Esperamos que o jornalista apresente provas”, acrescentou Manuel Fernandes, destacando o desempenho do autor do site “Maka Angola”, agora reconhecido com o título de “Herói Mundial”.

Reagindo à distinção, Rafael Marques manifestou-se “honrado” pelo prêmio. “É de facto um grande reconhecimento, pelo qual me sinto muito honrado e vem num momento em que estou precisamente a ser julgado por dizer a verdade, por tentar contribuir para que sejam corrigidos os casos de corrupção e os actos ilícitos que ocorrem muitas das vezes ao nível da administração pública”, disse à Lusa Rafael Marques.

Para o também activista dos direitos humanos, a situação em Angola caminha para um paradoxo, uma vez que os corruptos “são os que têm o poder de ter aqueles que se opõem à corrupção no banco dos réus”.

Os sinais de corrupção de João Lourenço, segundo Rafael Marques

Em declarações à agência Lusa, Rafael Marques manifestou-se “honrado”, afirmando que o prémio chega num momento em que está a ser julgado “por dizer a verdade, por tentar contribuir para que sejam corrigidos os casos de corrupção e os actos ilícitos que ocorrem muitas das vezes ao nível da administração pública”.

“Há muitos casos de indivíduos com provas substanciais sobre o seu envolvimento em actos de corrupção que lesam o Estado em centenas, milhões de dólares e nem um deles está a ser julgado ou detido, só a arraia-miúda e o Rafael, que se opõe à corrupção”, realçou.

Na mesma entrevista à Lusa, o jornalista fala de sinais que, segundo ele, contradizem o discurso de combate à corrupção do Presidente da República.

“João Lourenço também tem estado a dar sinais de que está a formar uma nova elite de saqueadores. Recentemente, criou-se aqui um consórcio privado para a realização de voos domésticos que beneficiou de uma garantia soberana do Estado angolano, as famosas garantias soberanas, para a aquisição de seis aviões no Canadá”, disse.

“O consórcio tem como sócios o irmão do Presidente angolano, Sequeira João Lourenço, também secretário-executivo da Casa de Segurança do Chefe de Estado e proprietário da empresa de aviação SJL, o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente, Frederico Cardoso, dono da empresa Air 26, e o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente, o general Pedro Sebastião, dono da empresa Mazewa”, acrescentou Marques na mesma entrevista.

“São as pessoas mais próximas que rodeiam o próprio Presidente que já estão a apoderar-se daquilo que é público e estão, basicamente, a manter o estatuto de principais dirigentes do país e principais homens de negócios.

Esses indivíduos já tinham as suas empresas falidas e estão agora a receber oxigénio porque João Lourenço está no poder. Isto não é uma contradição, é uma falta de vergonha”, acusou.

C/ LPN

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