O presidente eleito da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, apontou na, sexta-feira, a luta pela revisão da Constituição da República como uma das divisas do seu mandato.
No seu primeiro discurso como líder do maior partido da oposição em Angola, o político se propôs a trabalhar também pela despartidarização do Estado, por uma comissão eleitoral independente, justa, isenta e credível.
Adalberto da Costa Júnior defendeu também a criação de um regulador do sistema financeiro independente do Executivo, bem como a melhoria das condições dos ex-militares e das viúvas de guerra.
Considerou ser necessário a mudança das más práticas, a favor da boa governação e transparência, tendo como objectivo o bem-estar e a dignidade dos angolanos.
Disse ainda que seu programa estará virado à preservação da paz e consolidação da democracia.
No plano interno, entre outros, disse que vai se empenhar na recuperação do património da UNITA.
Reacções dos concorrentes
Entre os candidatos derrotados, José Katchiungo saudou o presidente eleito pela vitória expressiva, considerando a eleição uma festa da democracia.
Raúl Danda diz-se honrado por ter participado num processo que mostra ao país e ao mundo que a UNITA vive, sente e quer democracia.
Afirmou que recomeça a corrida comum a bem dos angolanos, tendo se manifestado predisposto em ajudar a erguer o seu partido.
Kamalata Numa também felicitou Adalberto da Costa Júnior, reafirmando a coesão da sua militância e prontidão de servir.
Alcides Sakala, o segundo mais votados, considerou ter sido um processo para a afirmação da democracia interna, considerando o novo presidente uma peça basilar da democracia nacional.
O presidente cessante, Isaías Samakuva, pediu desculpas por eventuais falhas e incompreensões, no esforço de fazer da UNITA o “estuário” dos angolanos na luta contra a descriminação e pelo desenvolvimento do país.
Isaías Samakuva foi homenageado pelo seu trabalho, sendo-lhe outorgado a ordem Jonas Malheiro Savimbi. A mesma medalha foi também dada a Lukamba Gato.
De 57 anos de idade, Adalberto da Costa Júnior, que substitui Isaías Samakuva, foi eleito com 594 votos (53,4 porcento), tornando-se no terceiro presidente do maior partido da oposição em Angola. O primeiro foi Jonas Savimbi.
Presidente da Bancada Parlamentar da UNITA, o político nasceu em Chinjenje, na altura pertencente à província de Benguela, actualmente ao Huambo.
Adalberto da Costa Júnior é formado em Engenharia Electrotécnica no Instituto Superior de Engenharia do Porto e em Ética Pública na Pontifícia Universidade Gregoriana.
Ingressou na UNITA em 1975. Foi representante do seu partido no exterior do país de 1989 a 2002, em Portugal, Espanha e Itália.
Casado e com três filhos, em 2017, foi muitas vezes apontado como o potencial sucessor de Isaías Samakuva na presidência da UNITA.
Durante três dias, os 1.150 delegados ao XIII Congresso da UNITA, para além da eleição do novo presidente, discutiram e aprovaram as alterações aos estatutos e a estratégia para as autarquias e as eleições gerais, previstas, respectivamente, para 2020 e 2022.
A UNITA, fundada em Março de 1963, é o maior partido da oposição com 51 dos 220 deputados na Assembleia Nacional.
O presidente do MPLA felicitou esta Sexta-feira Adalberto Costa Júnior pela sua eleição para a presidência da UNITA.
Estamensagem de João Lourenço foi publicada na rede social Twitter, logo após a Comissão eleitoral do XIII Congresso Ordinário da UNITA ter tornado público os resultados oficiais.
“Felicito Adalberto da Costa Júnior pela sua eleição a Presidente do maior Partido da oposição. Que esta eleição represente o fortalecimento da oposição,a bem da democracia.”