Notícias de Angola – Filha mestiça de Savimbi pede a UNITA para combater o racismo
Umas das filhas do líder fundador da UNITA, lançou, nesta terça-feira (22), na cidade do Kuito, um desafio ao partido fundado pelo seu pai, Jonas Savimbi no sentido de ajudar a combater “o racismo e a intriga” porque, segundo o seu argumento, o seu malogrado pai não definia o Angolano pela cor, mas como aquele que ama Angola e luta por Angola.
Ginga Sakaita Savimbi, que é uma das filhas mais nova de Savimbi, fruto da relação com uma senhora mestiça, Edna Silva, fez este pronunciamento na cidade do Kuito, ao lado de um outro fundador da UNITA, general José Manuel Chiwale, quando faziam campanha eleitoral a favor do candidato a liderança do “Galo Negro”, Adalberto da Costa Júnior.
Para o militante Jonas dos Santos, que presenciou o evento eleitoral “Ginga Sakaita Savimbi, tem a pulsação do jaguar Negro dos Jagas, tem energia de Savimbi na veia e o dom da palavra. Ela apelou o voto massivo dos militantes da UNITA em especial a juventude ao candidato Adalberto Costa Júnior.”
De seguida segundo Jonas dos Santos “ela recebeu um aperto do Mais Velho Muangai, o lendário General Chiwale”.
O congresso da UNITA acontece no próximo mês de Novembro e conta ao total com mais quatro candidatos todos eles quadros de prestigio nacional tais como Alcides Sakala Simões (apoiado pela família Savimbi e uma corrente da direção do partido), José Pedro Katchiungo (apoiado por uma ala de apoiantes ao líder cessante Isaías Samakuva), Abílio Kamalata Numa (apoiado por uma ala juvenil e antigos combatentes) e Raúl Danda cuja aprovação da candidatura aconteceu na reunião desta segunda-feira.
Combater o racismo
Desde que inicio os preparativos do congresso, a UNITA tem sido acusada por críticos da sociedade civil de impedir a ascensão de um dos seus candidatos de tenaz de cor mais clara. Internamente, tem havido vozes de membros alegando que a direção não tem problema em enfrentar este problema mas as dificuldades recaem nas massas.
Durante muitas décadas as autoridades angolanas moveram uma campanha contra o líder fundador da UNITA alegando que não gostava de mestiços. No auge da guerra civil, o regime chegou a propagar que a mãe de Ginga fora fuzilada a mando de Savimbi quando soube que esta estava gravida.
No funeral do seu progenitor, Ginga falou a radio francesa RFI contando que quando era mais nova a mãe levava lhe para ir visitar o pai, e ela costumava a brincar com as botas militares de Jonas Savimbi. O líder guerrilheiro por sua vez, dizia que a filha era a sua Nginga Mbandi, e deixava-lhe fazer o que quisesse, pisando nas suas botas.
Para além de Ginga, há informações que Jonas Savimbi terá uma outro filho mestiço fruto de uma relação com uma cidadã europeia ao tempo de estudante.