Mundo – Filho de Donald Trump apoia protestos contra Angola
O Informativo Angolano soube que, alguns trabalhadores norte-americanos planeiam protestar contra a visita de uma delegação do Governo, este mês, a Nova Iorque e Washington e o filho de Donald Trump Jr, na sua conta do Twitter apoia o protesto contra Angola. “Boa jogada até que as empresas americanas recuperem o que lhes é devido. Trabalhadores americanos protestam contra as visitas da delegação angolana a DC, Nova Iorque”, escreveu.
Os norte-americanos justificam o protesto pela alegada recusa do Governo em pagar obrigações a uma variedade de empresas dos EUA que fazem negócios em Angola e ainda em protesto pelo conflito imobiliário entre a Africa Growth Corporation (AFGC) e o general na reserva António Francisco Andrade.
Em causa, estão dois edifícios na Ilha de Luanda, cujo terreno pertence a António Andrade, tendo a AFGC ficado com a responsabilidade de construir o condomínio e passar 30% dos lucros ao general, mas que, segundo Andrade, passados 10 anos, nada recebeu. O general decidiu romper a parceria, obrigando a parte norte-americana a recorrer à justiça.
O Tribunal de Luanda emitiu uma medida cautelar, restituindo a gestão dos imóveis, de modo provisório, à Illico, empresa detida pela Angola Development Ventures Holding (ADV), que, por sua vez, é detida pela Africa Growth Corporation.
No entanto, o caso conheceu outros contornos com a parte a angolana a recorrer. A companhia norte-americana decidiu abrir mão do direito de posse dos condomínios e exigir do Estado uma indemnização de 55 milhões de dólares, que garante ter sido o valor do investimento. Alega que depois de um encontro com representantes do Governo, em Portugal, ficou acordado que, ao invés dos 55 milhões receberia 40 milhões.
Acordo que, segundo a AFGC não foi cumprido, o que valeu até uma carta de um membro da Câmara dos Representantes do Congresso norte-americano a João Lourenço a apelar que o Presidente “relance os esforços para resolver o caso e recupere o acordo negociado”.
Recentemente, a AFGC criou uma página na internet, a ‘corruptangola’ onde conta a sua versão e reitera as acusações feitas a altos membros do Governo de “conspiração” e de “forjar documentos”. “Imagine funcionários do governo angolano a organizar com o então governador provincial de Luanda, general Higino Carneiro, a transferência oficial da escritura para as propriedades da empresa norte-americana, com valor nas dezenas de milhões de dólares, para um atual procurador estatal angolano por $0.
Foi exatamente o que aconteceu com a AFGC”, lê-se na página. No entanto, em Maio, o Governo classificou de “chantagem política para extorsão de dinheiro” as acões empreendidas pela AFGC, que tem pressionado as autoridades dos EUA e do Fundo Monetário Internacional para intervir no diferendo que a opõe a António Andrade.
C/ VE