Total e Trafigura de Kopelipa e Dino vão fornecer combustíveis ao mercado angolano
O Informativo Angolano soube que, a Sonangol, indicou na terça-feira ter garantido o fornecimento de combustíveis para os próximos 12 meses em Angola, depois de concluído um processo de contratação para a importação de produtos refinados, iniciado em fevereiro passado.
Em comunicado, a Sonangol não adianta os valores negociados com os vencedores do concurso, a Totsa (do Grupo Total Oil Trading), para a gasolina, e a Trafigura (empresa de negociação de matérias primas holandesa), que será o fornecedor de gasóleo e de gasóleo de Marinha.
“Importa realçar que, com os resultados alcançados no concurso realizado, fica assegurado o fornecimento dos [três] produtos para os próximos 12 meses, cumprindo-se, assim, as superiores orientações para que o mercado veja as suas necessidades satisfeitas sem oscilações”, lê-se no comunicado da Sonangol.
Segundo a Sonangol, o concurso foi lançado a 27 de fevereiro passado e foram enviados convites a 29 empresas, entre elas a portuguesa GALP, mas só nove responderam até ao final do prazo, a 11 de março.
Depois, após a fase das clarificações e negociações, prossegue, foi efetuada uma “avaliação de economicidade das propostas”, que terminou com a celebração de contratos com os dois fornecedores.
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A 8 deste mês, praticamente no final da crise no abastecimento de combustíveis que afetou o país, o Presidente da República, João Lourenço, afastou Carlos Saturnino do cargo de presidente do conselho de administração da Sonangol, nomeando para as mesmas funções Sebastião Martins, que era administrador da petrolífera estatal.
João Lourenço exonerou, por decreto, “todas as entidades” que integravam o conselho de administração da Sonangol, alegando “conveniência de serviço público” e “apoiado na Lei de Bases do Setor Empresarial Público”, mantendo, porém, dois dos seis administradores executivos e todos os quatro não executivos.
Angola, apesar de ser o segundo maior produtor de petróleo da África Subshariana com 1,5 milhões de barris/dia, produz na Refinaria de Luanda, a única que possui, apenas 20 por cento dos derivados de petróleo que consome, importando os restantes 80 por cento.
Até 2018, a Trafigura, era o maior vendedor de petróleo refinado a Angola e que controla 48,4% da Puma Energy (dona das bombas angolanas de combustíveis da marca Pumangol), empresa cujos acionistas incluem a própria Sonangol, com 30%, a empresa privada Cochan, com mais 15%, cujo diretor executivo é o general Leopoldino Fragoso do Nascimento ‘Dino’, consultor do general Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, antigo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.
De acordo com números divulgados em Abril, no primeiro trimestre deste ano, a Sonangol gastou 221,4 milhões de dólares a importar produtos derivados do petróleo para suprir a procura do seu mercado interno, a uma média de 73,8 milhões de dólares por mês.
Fonte: Correio Kianda