Mundo – Reino Unido e Portugal alertam os seus cidadãos para elevado nível de criminalidade em Luanda
O Informativo Angolano soube que, o Governo do Reino Unido emitiu, através do seu “Foreign Office” uma nota dirigida aos seus cidadãos sobre o elevado índice de criminalidade em Luanda, que considera uma cidade perigosa para nela se circular em determinadas áreas e períodos do dia. Portugal também tem na página do Ministério dos Negócios Estrangeiros o mesmo tipo de conselhos e advertências. A Polícia Nacional garante estar a fazer o seu trabalho e lembra que estes comunicados são normais em períodos em que se regista a morte de estrangeiros.
“Há um elevado nível de criminalidade em Luanda, especialmente o roubo de bens como telemóveis e outros objectos de valor e o recurso a armas de fogo pode ocorrer em todos os lados e a qualquer hora do dia e as áreas normalmente percorridas por estrangeiros são particularmente visadas”, diz a nota publicada na página oficial do Governo britânico intitulada “alerta sobre viagens ao estrangeiro – Angola”.
Para as autoridades britânicas, não é de todo aconselhável circular sozinho durante a noite e é feito um sublinhado especial para os raptos que têm sido reportados bem como violações, especialmente em áreas de diversão nocturna.
“É de evitar caminhar em Luanda, especialmente depois de escurecer”, aponta ainda o documento, que aconselha à não utilização de jóias ou relógios em locais públicos, indo ao ponto de indicar os locais que os britânicos não são aconselhados a frequentar e neles andar a pé, como a Ilha do Cabo, a ligação entre a Marginal de Luanda e o Miramar, e as zonas limítrofes da cidade.
Não deixar bens visíveis nas viaturas quando circulam nas congestionadas artérias de Luanda é outro dos conselhos avançados pelo Governo de Londres aos seus súbditos que estejam a pensar viajar para Angola ou que estejam a residir ou de passagem pelo País.
A condução é igualmente identificada como uma actividade perigosa porque os assaltantes recorrem a expedientes como a simulação de acidentes para obrigar os condutores a pararem os seus veículos com o objectivo de os assaltar.
Cabinda é outra área a que o comunicado dedica atenção especial, aconselhando extremas cautelas ou mesmo evitar todas as zonas da província fora da cidade capital.
As recomendações de Londres emergem numa altura em que se acumulam notícias e informações sobre crimes violentos em Angola, incluindo o quatro portugueses que foram mortos nos últimos dois meses e meio.
Em 2018, a criminalidade no País registou um aumento face a 2017, com mais de 72 mil crimes registados, cerca de 5 mil com utilização de armas de fogo.
Contactado pelo NJOnline, o director de Comunicação do Ministério do Interior, Intendente Mateus Rodrigues, lembrou que este tipo de comunicados são emitidos sempre que ocorrem no País mortes de cidadãos estrangeiros – referindo-se à morte dos quatro portugueses desde Fevereiro -, mas sublinhou que a Polícia Nacional tudo faz para diminuir a criminalidade em Angola.
Mateus Rodrigues sublinhou que “não são apenas os cidadãos estrangeiros vítimas da criminalidade mas sim todos, nacionais ou estrangeiros” e que “a polícia está sempre atenta e a fazer o seu trabalho”.
Portugal também adverte para elevada criminalidade
O Governo português, através do seu Ministério dos Negócios Estrangeiros, no site oficial Portal das Comunidades, na secção de Alertas e Conselhos ao Viajante, também chama a atenção para a questão da elevada criminalidade em Angola, que considera ser “particularmente grave” em Luanda.
No texto, que não foi publicado em resposta à recente vaga de mortes entre a comunidade portuguesa em Angola, o MNE luso lembra ainda que as vítimas da elevada criminalidade são maioritariamente cidadãos angolanos mas que há igualmente estrangeiros entre as vítimas.
“Sempre que se deslocar a pé deve ter um cuidado redobrado, especialmente após o anoitecer. Desaconselha-se o uso de jóias ou relógios de valor, bem como a utilização do telemóvel e computadores pessoais na rua”, aponta esta publicação no site oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
“A criminalidade de rua (incluindo assaltos com arma de fogo), decorrem nomeadamente nas saídas de restaurantes e discotecas, razão pela qual estes estabelecimentos dispõem por vezes de serviços de acompanhamento até às viaturas dos clientes – não hesite em usá-los”, acrescenta a nota.
“Embora a criminalidade possa ser menor nas cidades angolanas mais pequenas, as mesmas precauções devem ser tidas em conta. A actual situação económica do país poderá potenciar maior insegurança”, diz ainda o Governo de Lisboa.
Outros países têm ou mantêm nas suas páginas oficiais das representações diplomáticas em Angola avisos com este tipo de conteúdo, destacando a questão da elevada criminalidade na capital angolana, como, por exemplo, os Estados Unidos da América, que continua a destacar uma advertência publicada em 2016 para os riscos de circular em Luanda, nomeando algumas áreas e períodos do dia como mais sensíveis.
Fonte: NM/EG