Notícias do mundo – Trocar trabalho humano por Inteligência Artificial não traz benefícios, mostra estudo
A Inteligência Artificial (IA) é uma tecnologia que dá às máquinas a possibilidade de terem conhecimentos através de experiências, e permite que elas se adaptem ao seu meio e desempenhem tarefas quase da mesma maneira que um ser humano faria. A princípio, isso é uma ótima ideia. No entanto, ninguém sabe ao certo até onde essa tecnologia pode nos ajudar ou então ser a nossa ruína.
De acordo com a análise feita por ele, mesmo que o potencial de automação usando a IAseja efetivamente alto, não existe benefício econômico em substituir os trabalhadores humanos por robôs na maior parte dos empregos. Isso é visto por conta dos custos de desenvolvimento da IA.
IA ao invés de humanos
Em seu estudo, o MIT pegou as tarefas diárias de trabalhadores de vários segmentos, tanto em cidades como em zonas rurais, para poder compreender a rotina deles. Sabendo disso, eles calcularam o gasto que seria produzir um robô desse que desempenhasse determinada função e se os ganhos das empresas eram compatíveis com o investimento. Como resultado, a conta não fechou.
Ainda conforme o estudo, somente 23% dos postos de trabalho existentes atualmente nos EUA são viáveis para serem substituídos por IA. O levantamento para isso levou em consideração, inclusive, uma perspectiva de baixa de 20% nos valores das IAs comerciais. Mesmo assim, os pesquisadores concluíram que ainda levará décadas para que a tecnologia chegue a um grau de eficiência econômica.
O ponto central do estudo foi os trabalhos que envolvem análise visual. Em seu exemplo principal, o estudo disse que um padeiro gasta 6% do seu tempo checando a qualidade dos produtos. Por isso, uma equipe de cinco pessoas iria custar 48 mil dólares anualmente, já usando uma IA para fazer esse trabalho, o estabelecimento teria que desembolsar 14 mil dólares. Contudo, para desenvolver um modelo de linguagem que pudesse fazer esse trabalho com uma qualidade seria necessário 165 mil dólares, além de mais outros 120 mil dólares todos os anos para a manutenção da tecnologia.
Mesmo assim, na visão do MIT, esse movimento é algo inevitável, mas as condições de trabalho e produtividade podem melhorar por conta da IA. Como conclusão, eles ponderam que a humanidade deve se preparar para a automação pela tecnologia, mas que os impactos econômicos significativos por conta da sua adesão devem ser sentidos em anos ou talvez décadas.
Substituição
Como essa substituição pela tecnologia é algo que preocupa a maioria das pessoas, vários estudos são feitos a respeito. Como o dito pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que mais de um quarto dos empregos na organização dependem de habilidades que podem ser automatizadas facilmente na próxima revolução da Inteligência Artificial. Sabendo disso, é claro que os trabalhadores temem com a possibilidade de perderem seus empregos.
A OCDE é um bloco com 38 membros, principalmente de países ricos, mas com países de economias emergentes como o México e a Estônia. “Até agora, há poucas evidências de que o surgimento da inteligência artificial tenha um impacto significativo nos empregos, mas isso pode ocorrer porque a revolução está em seus estágios iniciais”, disse a OCDE.
Dentre todos os empregos, os que têm um risco maior de serem substituídos equivalem a 27% da força de trabalho nos países da OCDE. As nações que podem ser mais afetadas são da Europa Oriental. E os trabalhos que têm um risco maior de serem automatizados foram definidos como os que usam mais de 25 das 100 habilidades consideradas pelos especialistas em IA como sendo facilmente automatizadas.
Entretanto, mesmo que essa preocupação exista, dois terços dos trabalhadores que já trabalham com a inteligência artificialpontuaram que ela fez com que seus trabalhos ficassem menos tediosos e perigosos.
“Como a IA afetará os trabalhadores no local de trabalho e se os benefícios superarão os riscos dependerá das ações políticas que tomarmos. Os governos devem ajudar os trabalhadores a se prepararem para as mudanças e se beneficiarem das oportunidades que a IA trará”, disse Mathias Cormann, secretário-geral da OCDE.