Destaque – Uma licenciatura em Angola custa pelo menos dois milhões Kz
Para atingir o grau de licenciatura nas universidades mais conceituadas em Angola o estudante vai gastar pelo menos dois milhões Kz, durante num período que vai de 4 a 5 anos, independentemente do curso e opção que fizer. Se for tida em conta apenas o custo total dos cursos a universidades Católica é a mais cara, já que o estudante tem de desembolsar cerca de 2,8 milhões Kz para se licenciar em cinco anos. Já a Lusíada é a mais barata com um curso a custar dois milhões Kz, um valor que engloba desde as propinas, a trabalhos de fim de curso, matriculas, certificados, inscrição para exames e custos com a aquisição do diploma.
No entanto, se for calculado o preço médio por ano da licenciatura, a universidade mais cara acaba por ser a Metodista, já que uma licenciatura contempla apenas quatro anos e custa 2,8 milhões Kz, o que dá um custo médio anual de 713 mil Kz, superior ao custo médio anual da Católica (573 mil por cada um dos cinco anos), do ISPTEC (514 mil) a Óscar Ribas (509 mil) ou a Lusíada (596 mil Kz/ano).
O Expansão consultou pelo menos cinco das maiores universidades privadas de Angola para constatar os preços desde as inscrições, quando são consideradas as candidaturas, propinas, emolumentos e outros gastos que constam dos requisitos para um estudante universitário chegar ao estatuto de licenciado. Não estão reflectidos os valores das folhas de provas, provas de recurso, o valor do transporte, e o almoço que cada estudante realiza no fim da formação.
Mas o Expansão ouviu estudantes que revelaram terem feito “gastos até 700 mil Kz com o almoço ou festa de fim do curso e 12.125 Kz com folhas de provas”, segundo revelou Selma Arnaldo, recém-licenciada em Engenharia Informática no Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC). Mas há outros estudantes que se licenciaram este ano e que só fizeram a conta de quanto gastam com o transporte para a ir à universidade no dia que o Expansão os interpelou.
É o caso de Jacinto Matondi, licenciado em Direito que concluiu que durante os 5 anos que frequentou a Universidade Metodista, gastou quase 850 mil Kz nas viagens de dois táxis de casa para a universidade e da universidade para casa. A depender da faculdade escolhida, no fim dos estudos os custos nunca são taxativamente iguais, porque os preços dos emolumentos são diferentes, por um lado, e por outro, há requisitos que algumas instituições não cobram e outras cobram.
Por exemplo, a Universidade Católica cobra o valor da matrícula num pacote com o das folhas de prova que totaliza 41.500 Kz. Há universidades, como por exemplo, a Metodista de Angola, em que no fim da formação os estudantes são obrigados a fazer trabalhos de fim do curso, onde desembolsam 120 mil Kz, e também são obrigados a pagar 93.750 Kz para a mesa de júri. Mas para muitas, como a Universidade Católica de Angola e a Oscar Ribas, o valor do trabalho de fim de curso já cobre o custo da mesa de júri e o custo com tutor onde os estudantes desembolsam 175 mil Kz e 193.230 Kz, respectivamente.
Um outro custo que os estudantes de algumas universidades são obrigados a fazer é a taxa de levantamento do certificado com as devidas notas. Na Universidade Óscar Ribas o estudante paga 19.323 Kz contra os 37.500 Kz que pagam no ISPTEC. Na maior parte das universidades os custos das propinas variam de 36 mil Kz a 52 mil Kz, sendo que os cursos das ciências exactas são os mais caros e os das ciências sociais e humanas os mais baratos. Embora muitos estudantes só façam conta dos custos da sua formação quando terminam, esta questão também influencia no total dos custos que vão ter no fim do seu percurso como universitários.
Estudar lá fora é 7 vezes mais caro
Uma licenciatura com custos próprios, fora do país, concretamente na Europa, pode ficar pelo menos 7 vezes mais caro do que estudar dentro do território nacional. O Expansão ouviu recém-licenciados em Portugal e estes revelaram ter gasto, pelo menos, entre 20 mil a 35 mil euros que convertidos em Kwanzas ao câmbio do BNA fica entre oito a 15 milhões Kz.
C/ Expansão