Os Estados Unidos vão ajudar Angola na sua luta contra a corrupção, garantiu ontem o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, depois de um encontro com o Presidente da República, João Lourenço, em Luanda. “ Os Estados Unidos querem que os angolanos sejam prósperos. Vamos ajudar Angola a repatriar os capitais domiciliados de forma ilícita no estrangeiro”, afirmou, durante uma conferência de imprensa no Ministério das Relações Exteriores, em conjunto com o seu homólogo angolano, Manuel Augusto.
Pompeo elogiou o esforço de João Lourenço na luta contra a corrupção, classificando-o como um “excelente trabalho” que “aumentou a transparência, obrigou as instituições financeiras a limpar as suas contas e perseguiu os personagens maus”. O chefe da diplomacia angolana mostrou-se “optimista” em relação à acção do Presidente da República, que “continuará a libertar Angola da corrupção”, esse “fantasma do passado” que tem travado o desenvolvimento do país.
“A corrupção é o inimigo do crescimento e do progresso de uma nação . Aqui em Angola, o prejuízo da corrupção é muito visível. Falei com o Presidente hoje [ontem] e falei-lhe sem rodeios sobre o grande trabalho que ele faz e todo o trabalho que é preciso continuar a fazer”, explicou Pompeo.
Estas palavras são importantes para João Lourenço, cujo Governo tenta há meses conseguir a colaboração dos departamentos do Tesouro e da Justiça norte-americanos para arrestar os bens da empresária Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, nos EUA. E interpretadas por Luanda como um bom indicador de maior colaboração entre os dois executivos.
Manuel Augusto sublinhou que a presença de Pompeo em Luanda é “acalentadora”, porque mostra “um sinal de apoio da Administração do Presidente Trump ao programa do Presidente João Lourenço, sobretudo nas reformas que este tem vindo a implementar desde que assumiu a presidência”.
Manuel Augusto falou dos dois países como “parceiros estratégicos” que “nos últimos tempos estão a dar toda a atenção a esta parceria”, mas não o suficiente para conseguir que haja uma visita oficial de Donald Trump a Angola até ao final deste mandato. “O Presidente Donald Trump está muito ocupado neste momento devido à campanha eleitoral em curso no país”, explicou Pompeo, acrescentando que, mesmo assim, iria levar o convite enviado por João Lourenço para que Donald Trump visite Luanda.
O Departamento de Estado norte-americano salienta que os EUA apoiam a luta contra a corrupção em Angola através de uma série de iniciativas, nomeadamente através do programa para melhorar a capacidade de combater a lavagem de dinheiro e o financiamento de terrorismo que o Departamento do Tesouro lançou em Março do ano passado.
“Os EUA usam os seus recursos para corrigir o que está mal” nas transacções financeiras internacionais, de modo a que se tornem “mais limpas e transparentes”, disse Pompeo, antes de sublinhar : “Seguramente, iremos fazer o mesmo para apoiar Angola”.
Fonte: Público.