Notícias de Angola – Oficial da Polícia promete matar efectivos da Casa Militar que se manifestarem no Cuando Cubango
Numa altura em que está tudo apostos para os efectivos da Casa Militar, no Cuando Cubango, se manifestarem, neste sábado 24 de Junho, como forma de exigirem a reposição dos seus salários e o consequente reenquadramento, eis que o comandante provincial da Polícia Nacional, Comissário José Alberto Tchinhama, disse ter os meios criados para dispersar os manifestantes da pior forma possível, não pondo de parte a ideia de matá-los.
De acordo com Adelino Daniel Pessela, coordenador da Comissão Representativa dos efectivos da Casa Militar no Cuando Cubango, quando comunicaram a polícia sobre a realização de uma manifestação e da necessidade de a polícia proteger os manifestantes, do lado da corporação vieram ameaças.
“Fomos chamados para aquilo que seria uma reunião de concertação, mas quando chegamos ao local, para o nosso espanto, recebemos ameaças de morte, caso a manifestação se efectivar em Menongue”, afirmou, sublinhando que pediram à Polícia Nacional e Polícia Militar que cobrissem a manifestação, evitando assim eventuais irregularidades.
“Os colegas que se fizeram presentes foram recebidos numa sala de reuniões do Comando Provincial da Polícia toda ela cheia de representantes de órgãos de defesa do Estado”, descreveu, referindo que ouviram palavras graves ao se dizer que se a manifestação sair “todos os órgãos de defesa e segurança vão reagir e a nossa reacção não será boa, porque vocês são militares e não podem se manifestar, se acontecer saiba que vamos matar”.
Pessela disse ter recebido informações credíveis de que foi organizado um grupo com armas para se infiltrar no seio dos manifestantes e depois dispararem e atribuírem a autoria dos disparos aos manifestantes, tudo isso para justificar a reacção das forças de defesa e segurança.
“Informações que eu tenho apontam para o facto de os serviços secretos estarem a organizar tudo para que eu e os colegas mais próximos sejamos capturados ou abatidos”, acusou, reiterando a intenção de realizar a manifestação, apesar das ameaças.
Contactado pela VOA para tratar o mesmo assunto, o comandante provincial da Polícia no Cuando Cubango, Comissário José Alberto Tchinhama, disse apenas que o assunto está a ser tratado pelo Governo. De seguida, houve o contacto com o governador provincial, José Martins, que preferiu não prestar declarações, chegando mesmo a insinuar que os jornal estava a funcionar como advogado dos ex-militares.
Fonte: Na mira do crime