Notícias de Angola – Grupo chinês vai construir a primeira autoestrada de Angola
Um grupo chinês vai construir a primeira autoestrada de Angola, com cerca de 1.400 quilómetros, a ligar o sul ao norte do país, disse hoje à Lusa o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação.
Carlos dos Santos disse que, durante a visita que está a efetuar a Macau, chegou a acordo com a empresa estatal chinesa China Road and Bridge Corporation (CRBC) para avançar com o projeto.
“Essa autoestrada, que tem cerca de 1.400 quilómetros, ligará a parte sul de Angola com a vizinha Namíbia, até à parte norte de Angola, com a República Democrática do Congo”, explicou o governante.
Carlos dos Santos referiu que a infraestrutura se vai estender desde a província do Cunene, no sul, até às províncias do Zaire e de Cabinda, no noroeste do país, sendo que estas duas serão ligadas por uma ponte.
A CRBC vai começar os estudos “logo depois” da assinatura formal do memorando de entendimento, algo que vai acontecer durante a cimeira do Fórum de Cooperação China-África, em Pequim, entre 03 e 08 de setembro, disse o ministro.
O grupo chinês deverá concluir os estudos e projetos até ao “meio ou o final de 2025”, uma etapa na qual irá investir “cerca de 50 a 75 milhões de dólares” (entre 47 e 70 milhões de euros), explicou Carlos dos Santos.
O governante referiu que só então as duas partes irão decidir se o investimento, em parceria público-privada, irá ou não incluir uma posterior concessão e instalação de portagens, “uma modalidade em que o setor privado assume uma maior responsabilidade”.
Carlos dos Santos previu “o início da construção efetiva da obra no final de 2025 ou em 2026”, com as obras estimadas em “qualquer coisa como 2,5 mil milhões de dólares [2,33 mil milhões de euros]”.
O projeto “será um corredor de desenvolvimento” que irá aproximar Angola das “regiões conexas, como a África Austral, a África Central e a África do Norte” e deixar os angolanos “melhor preparados para os desafios que se avizinham”, defendeu o ministro.
Carlos dos Santos falava à margem do Fórum dos Engenheiros de Língua Portuguesa, no âmbito do 15.º Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infraestruturas, que termina hoje em Macau.
Fonte: Lusa