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Crise na Igreja Kimbango: batalha por dinheiro, poder e fiéis divide liderança

Notícias de Angola – Crise na Igreja Kimbango: batalha por dinheiro, poder e fiéis divide liderança

A igreja Kimbango de origem congolesa foi fundada em 1921 pelo então enviado especial, Simon Kimbangu, em Nkamba, no Lubumbachi, na República Democrática do Congo. Em Angola, os religiosos de origem africana têm a sua sede em Luanda, onde foram construídos vários patrimônios, e não só, que segundo o reverendo Daniel Sebastião da Silva, representante legal da Igreja Kimbaguista no país, disse ao Correio da Kianda, Kisolokele Kiangani Paul, suposto neto do líder espiritual desta denominação religiosa, na sua primeira viagem à Angola, após ter tomado conhecimento dos bens e patrimônios da igreja, tomou de assalto a liderança da denominação religiosa, sem que este fosse designado pelo actual chefe espiritual no mundo, Simon Kimbangu Kiangani, seu meio irmão.

De acordo com os responsáveis dos kimbanguistas em Angola, actualmente, a igreja vive um momento de ruptura interna provocada por Kisolokele Paul, que a partir da RDC, onde está a sede internacional da Igreja, “está a promover revolta e dissidência”, ao ponto de ser retirado do clero espiritual.

O reverendo Daniel Sebastião da Silva explicou que a crise em Angola teve início em 2002, após a assembleia mundial com todos os responsáveis de outras nações, decorrido em Nkamba. “Nova Jerusalém” para os kimbaguistas, onde foram discutidos vários pontos e aprovados regulamentos e estatutos da igreja, com grande destaque aos possíveis herdeiros espirituais de Simon Kimbango.

Segundo ele, durante a reunião, o actual líder espiritual e responsável da família Kimbango, apresentou uma lista onde constam todos os filhos, dos filhos do papa Simon Kimbangu, onde, infelizmente, Dibuia Nguimbi, vulgo Kisolokele Kiangani Paul, não faz parte desta lista, e em plena assembleia foi declarado que não é filho biológico dele.

Daniel Sebastião da Silva explicou a razão pela qual antes de terminar a reunião da assembleia ordinária veio para Angola, onde já esteve cá antes da realização do conclave, isto em 1997. O religioso realçou que como já passou pelo país anteriormente e fez varias relações com alguns membros, no seu retorno mobilizou um grupo de jovens para não aceitarem as resoluções da assembleia geral, que diz “que nenhum filho ou parente da família do líder espiritual, vá a um país sem que este seja mandatado por ele, e ainda que vai, não tem o direito de dirigir a igreja administrativamente e como financeiramente, porque as igrejas tem os seus representantes natos dos tais países que são nomeados legalmente”.

Kisolokele Kiangani Paul é de nacionalidade congolesa o que lhe impossibilita dirigir a igreja em Angola, segundo conta Daniel da Silva. De entre várias acusações feitas, o reverendo alerta às autoridades angolanas, a prestarem maior atenção ao Kisolokele Kiangani Paul, o intitulado responsável dos kimbanguistas em Angola, por estar ser acusado de tráfico de armas, preparação de um grupo de terrorista, tráfico de menor e abuso sexual. Todas estas acusações foram feitas pelas autoridades da RDC.

Correio da Kianda contactou por telefone o reverendo Kisolokele Kiangani Paul, que orientou-nos com os seus representantes legais, que segundo eles contaram-nos que se encontra no exterior. Quanto às acusações, os mesmos disseram que têm conhecimento e que já decorre um processo no tribunal e que pretendem dar mais esclarecimento nos próximos tempos.

Correio da Kianda 

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