A crise em 2020 será ainda pior que 2019: sociedade angolana completamente atada a crise
Tudo aponta que o ano de 2020 somar–se-à a elevação da crise acima do ano em curso, a vida do angolano em 2020 será um caos, se hoje assiste–se uma crise crescente até ao topo do País, em 2020, essa crise será ainda pior.
Assistimos hoje o desaparecimento gradual da sociedade média, a morte de inúmeros cidadão por fome e seca no Cunene e Kuando Kubango, não será diferente em 2020, as atrocidades da crise que hoje encerram o aumento da prostituição infanto – juvenil, o aumento da criminalidade, o fortalecimento das bases da pobreza estrema do seio dos angolanos, somar – se – ão ao dobro do panorama actual, o povo verá como se diz na gíria, o pão que o diabo amassou. É nesta altura em que muitos recordar – se – ão do Governo do Patriota e sentirão saudades dos feitos do Patriota, aquele homem que teve sempre uma lição de vida para os angolanos e encontrava sempre saída para qualquer crise.
A crise de 2020 poderá atacar até as profundezas dos subsolos das economias domésticas, com a implementação do IVA, a subida do preço dos combustíveis, a subida do Tax, tudo trará ao excesso o fortalecimento de uma crise que já é trágica à todos, todavia, o pagamento das dívidas externas não deixará Angola em paz, colocando – a à deriva, sem eira, nem beira, como um País com as cordas completamente atada ao pescoço. Tudo pode ser visto pelos olhos coloridos do optimista, ou pelo desencantado olhar do pessimista, mas a verdade não tem perdoa a ninguém, em 2020 o País estará em chamas de crise económica profunda. Não sei se chamar – se – á bombeiros, ou pedir – se – á ao Patriota para que com as suas lições saiba elucidar o destino da Pátria, a verdade é que o País estará numa crise nunca antes vista. Os velhos da Negritude dirão que são os próprios pilares da nossa civilização a claudicar. E poderão culpar mil pecados pelo facto, de terem ofendido Eduardo dos Santos que muito deu à Pátria angolana, e hoje, com João Lourenço não haver solução alguma para a crise económica em Angola. Outros discípulos da bajulação actual, assegurarão nas suas publicações sociais que se trate de um fenómeno supérfluo, efémero e pontual, uma erupção normal que sempre aconteceu, desde que Angola atingiu a independência, tentarão tranquilizar as pessoas com relação ao futuro com argumentos exequíveis.
Não nos ajudaremos nem a uns, nem a outros, todos os angolanos ficarão revoltados com a Governação de João Lourenço, e dirão que veio para aumentar o sofrimento do povo, e que, não dá nenhuma solução aos problemas actual.
A vida do povo ficará mais cara que nunca, mais dura que a pedra, até ao ponto de todo povo conjugar o verbo sofrer em todos os tempos gramaticais até ao gerúndio.
Acreditamos que esses males não advêm da crise em todas as suas manifestações colaterais, mas da falta de políticas que saibam suprir as necessidades do povo angolano, não se pode aceitar que um País em crise profunda priorize a compra de material de guerra, priorize a construção de um bairro dos Ministério (344 milhões de USD), prioriza – se a construção de um ginásio para os deputados (12 milhões de USD), prioriza – se o restauração da Sala de Ministros, prioriza – se a requalificação da Cidade Alta, com a compra de novo material, prioriza os serviços de inteligência quer internos quanto externos (recentemente foram aprovados cerca de Vinte e Um Milhões e Duzentos dólares norte-americanos, para suportar as despesas relacionadas com a Expansão de Unidades Operacionais Externas do Serviço de Inteligência Externa, já havia injectado milhões de USD nos serviços secretos internos, em menos de 4 meses).
Tememos que, se nada se fizer contra a pobreza que nos assola acumulando um sem números de problemas para o povo angolano, a exclusão e a falta de alma do Governo de João Lourenço que prefere satisfazer os seus interesses e da sua cúpula de delfins político, que os do povo angolano, excluindo – se da satisfação de sectores não lucrativos, meramente sociais, que visam favorecer as populações mais pobres em Angola, a começar pelos velhos e crianças, realmente, será a pior catástrofe de todos os tempos em 2020.
A nossa sociedade angolana, tão pluralista, sendo a mais vaidosa que se conhece em África Austral, no País mais rico do sub – continente Africano Austral, têm contudo errado profundamente em dois terrenos, aliás conexos, por perigosíssima demissão do Estado angolano, tão anti– solidários com os que sofrem e tão anti – humanistas com os que padecem da fome e da pobreza em Angola, é a lei do cada um por si, e Deus para todos, o silêncio e os aplausos ao governo bárbaro de João Lourenço prova apenas a falta de solidariedade e de caridade para com o povo sofredor–mor, mesmo quando se pintam de outras cores.
Dos erros acima descritos estão ainda outros mais violentos, como a capacidade integral de ajudar socialmente os outros, todos querem ser alguém, mas ninguém quer olhar à quem sofre a fome ou a seca no Cunene ou morre no Kuando Kubango por não ter o que comer, enquanto isso, muitos deitam ao lixo comida, fica – lhes impossível dar essa comida aos que pedem esmolas as ruas.
Também em Angola, não se está a conseguir alcançar a plena cidadania de quem não encaixa em nenhum dos factores normais de discriminação social ou exclusão social, mas é, simplesmente, pobre e alheado de saber e poder. O maior problemas dos angolanos e do Estado angolano sobretudo é a (re)distribuição da riqueza do petróleo, do diamante, do peixe, e de tudo quanto existe em Angola, que somente serva para satisfazer as empresas de João Lourenço e dos seus delfins, ficando o povo na esquina mais amarga do sofrimento: sem emprego, com a fome a bater até onde dói mais, a prostituição a correr a uma velocidade assustadora, a criminalidade infanto – juvenil num crescimento colossal, o desemprego à altura do morro do Moco, saúde sem humanismo e sem qualidade assistencial, educação de rastos, o lixo transformado numa forma de refeição para o povo angolano. Enquanto isso, novos ricos nascem ao redor de João Lourenço e o povo morre de todas as formas de discriminação social: pobreza extrema, fome seca, etc, etc, dizem eles: “lixa – se o povo, aqui é cada um por si, e Deus para todos, esse povo é burro só serve mesmo para as eleições, de resto não serve.”
A falência educativa e cultural angolana, já não tem mais algum limite. Nunca o governo angolano esteve interessado em fortalecer a educação em Angola, aliás, nem sequer faz parte do Estado angolano em adoptar um modelo de educação capaz de criar cidadãos conscientes e politicamente esclarecidos e interventivos, culturalmente formados, e com capacidades técnicas aptas à profissionalização. Se tal se tivesse alcançado, haveria muito menos desemprego em Angola, desencanto, frustração no seio juvenil, violência e fome extrema. Fica – se com a sensação de que a educação que temos serve para muito pouco. E logo os cegos por opção vêm afirmar que é a melhor de África.
Fomos habituados na nossa única educação judaico – cristã, com uns laivos de hybris grega, como de Vossa Excelência Senhor Presidente da República General João Lourenço que somente sabe encontra a culpa no Patriota e mais nada. Porém, a culpa, não mora na natureza do Patriota, nem sequer no seu passado nacionalista e de Governo apenas, mora em todos nós, que sofremos no silêncio com todas as formas de barbaridade que nos são oferecidas pelo actual Governo do General dos Generais e ninguém sabe pôr uma língua para fora contra o inferno gratuito que nos é obrigado à receber.
A mentalidade dos dias actuais, está ao topo da falta de civilização, é assaz populista, a mentalidade actual angolana passa – culpas progride; mas quem se sente com autoridade para corrigir a Angola que nasce hoje? Crianças aos mimos excessivos batem em seus pais, e ainda recebem de presente um Ipad, um smatphone ou um super – telefone moderno. Mesmo normas das mais elementares urbanidades deixaram de ser óbvias: tais como responder aos mais velhos com humildade e educação, ou cumprimentar na rua um colega… Entretanto, há quem se sinta irado por pequeninos nadas …Mas (e nisto há laxismo, pelo contrário), há profunda culpa em toda sociedade angolana, porque são eles que votam e elegem os seus lídimos dirigentes, que ao invés de servir aos interesses do povo, servem –se aos seus!
A nossa sociedade perdeu a noção das proporções. Tudo começa na linguagem mal falada e escrita, e, nesta, no enquadramento que uns dos outros fazem, pela palavra: esfaqueia – se por um piropo a namorada, mas há quem se insulte diurnamente como forma habitual de tratamento da empresa ou no seu local de trabalho, por um chefe que não respeita os subordinados, por a anti – ética é sua única forma de expressão oral. Ignoram – se as subtilezas dos vocativos e dos títulos. As moças não têm calafrios quando as tratam apenas por Senora Fulana ou Senhora Beltrana! Alguém consegue ver – se à si próprio quando é chamado, por uma voz de silicone, por Senhor utente!
Angola chegou à crise mais profunda de sua história, não basta ao todo a fome, mas é mesmo a morte que hoje situa a pessoa do angolano.
João Hungulo: MD, Jurista, Mestre em Filosofia Política e Escritor.