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Comissão Episcopal denuncia tráfico de seres humanos na fronteira do Luvo

Notícias de Angola – Comissão Episcopal denuncia tráfico de seres humanos na fronteira do Luvo

A Comissão Episcopal para os Migrantes e Itinerantes de Angola e São Tomé (CEPAMI), denúncia a existência de tráfico de seres humanos, com recrutamento de crianças e jovens para trabalho forçado e  prática de prostituição na fronteira entre Angola e as Repúblicas do Congo e RDC.

A CEPAMI esteve a trabalhar na província do Zaire, e diz ter colhido relatos de tráfico de seres humanos na fronteira do Luvo e manifesta preocupação a “tratamento desumano” que muitos refugiados têm recebido por parte dos efectivos da Polícia Nacional.

“O quadro é dramático. Temos muitos relatos de recrutamento de crianças e de jovens para trabalhos forçados, principalmente para aqueles que não têm documentos”, denunciou Neide Lamperti, secretária executiva da organização. “As mulheres e crianças são atiradas para a prostituição”, revelou.

Entre vários factores, a CEPAMI aponta o índice de pobreza enfrentada pelas famílias no Zaire, nas regiões fronteiriças do Cunene, as Lundas norte e sul, como um dos principais problemas que faz com que às pessoas estejam sujeitas a esta prática.

“No Zaire, muitos dão os seus filhos para trabalhar, sem estes saberem que estão a ser vítima de tráfico de seres humanos. E o pior de tudo isso, é que tem sido uma prática recorrente”, lamentou.

Para Neide Lamperti, o uso da força parece ser uma natureza da Polícia de Angola, que diariamente impõe métodos de tratamento desumano contra os refugiados ou requerentes de asilo.

“Parece que humilhar e maltratar o estrangeiro é algo muito forte na Polícia e, nós constatamos nas províncias fronteiriças angolana. É um quadro preocupante, por isso pedimos também a intervenção dos órgãos afins, para se evitar a contínua violação dos direitos humanos”, exigiu.

A responsável, denunciou por outro lado, o registo de vários casos de corrupção nas fronteiras, o que tem permitido muitos cidadãos estrangeiros entrarem no território Angolano de forma continua.

Para se travar esse fenómeno, a missionária Católica sugere que se reajuste os salários dos Guardas de Fronteira e de todos agentes que intervêm no processo e, que se dê também mais aos refugiados”.

Em 2019, as forças da Polícia de Guarda Fronteiras, destacadas no Posto Fronteiriço do Luvo, em serviço operativo de emboscada, nas vias de infiltração, (caminhos não autorizados), recolheram 06 menores, com idades compreendidas entre 06 e 16 anos, abandonados por um suposto traficante de seres humanos de nacionalidade congolesa.

Uma das vítimas, alegou, que foram trazidos pelo foragido a partir da RDC, com propósito de levá-los a Luanda. Atravessaram o Rio Luvo a nado e amarrados em bidões, seguindo na calada da noite pelas matas, até que foram surpreendidos pela polícia. A comuna fronteiriça do Luvo está localizada a 60 quilómetros a norte da cidade de Mbanza Kongo, capital da província do Zaire.

Por: Redacção NA MIRA DO CRIME

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