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Cliente do BPC encontra dívida de 400 mil Kz depois do cartão ser “engolido” num ATM

Urgente – Cliente do BPC encontra dívida de 400 mil Kz depois do cartão ser “engolido” num ATM

Uma funcionária pública cliente do BPC, que tem a sua conta salário domiciliada no referido Banco, viu a sua conta cativa por encontrar uma dívida de 416 mil kwanzas dias depois de o seu cartão de débito Multicaixa ter sido capturado num ATM em Viana, onde começou a ser usado minutos depois da captura, apesar de só ter 137 mil Kz disponíveis.

Lemba Albano, de 45 anos, funcionária do Ministério da Saúde, que agora tem a conta cativa, já reclamou junto da direcção do BPC e do Serviço de Investigação Criminal (SIC), mas, como contou ao NJ, até agora não recebeu nenhuma explicação para o que lhe sucedeu já há um mês, quando introduziu o seu cartão numa Multicaixa, em Viana, e este foi engolido pelo sistema sem que lhe tenha sido dada qualquer explicação.

O facto ocorreu no dia 26 de Maio, quando Lemba Albano, residente em Viana, se dirigiu a um ATM do BCI, na Vila de Viana, para fazer movimento na sua conta que tinha um saldo positivo de 137 mil kz, quando o seu cartão de débito foi capturado, por volta das 18:00.

A cliente contou que, como era altura de o salário cair na conta e como os bancos cam sempre cheios nesta altura do mês, deixou passar alguns dias para mandar cancelar o cartão que, segundo narrou, pensou que por estar capturado não teria nenhum problema.

“O meu espanto é que no dia 12 de Junho, quando vou fazer a solicitação do novo cartão e o cancelamento do capturado, sou informada que não tinha valores na conta”, descreveu.

Pediu, então, o extracto bancário onde vericou que a conta começou a ser movimentada no mesmo dia, “minutos depois de se ter ausentado do Multicaixa”, detalhou Lemba Albano, que cou surpresa quando soube que tinha um encargo de 416 mil kwanzas, e que a conta estava cativada por ter contraído uma dívida à sua revelia.

“Apenas a gerente da minha dependência disse que alguém fez o movimento com o meu cartão. Eu pergunto-me, se o cartão foi capturado no dia 26, como é possível, segundo o extracto que recebi do banco, alguém fazer gastos no mesmo dia da captura e nos dias seguintes, de valores superiores ao que lá existia”, questionou, sublinhando que um cartão Multiciaxa, normal, quando não existe dinheiro na conta, impede aquisições ou levantamentos, ou devia impedir.

Lemba Albano diz nunca ter existido na sua conta 400 mil kz e lamenta o facto de não poder tirar um centavo do seu ordenado dos meses de Maio e Junho, porque a conta está cativada devido a um problema a que é alheia.

“Não estou a beneciar-me do meu justo salário, porque a conta esta cativa. O BPC diz que devo esse valor ao banco e a partir desde momento todo o dinheiro que entrar na minha conta salário, ainda que não for dinheiro do vencimento, eu não posso mexer porque a conta está cativada, até eu liquidar a dívida, que nunca z”, insistiu.

Lemba Albano arma ter feito uma reclamação junto da direcção do BPC, que encaminhou o caso para a provedoria do cliente do BPC, onde, segundo explicou, lhe foi dito que o assunto não era da competência daquela instituição, mas sim da dependência.

“Agora estou nesse vai e vem, não sei mais aonde me dirigir. O meu cartão é de débito e não z nenhum crédito nem salário antecipado, não sei onde foram parar os meus 137 mil kz, que também desapareceram, e agora aparece-me, não sei como, uma dívida de 416 mil kz, um valor que nunca vi e nem sequer usei. Mas foi gasto na minha conta e com o meu cartão”, lamentou.

Já a Associação Angolana dos Direitos do Consumidor (AADIC), questionada pelo Novo Jornal, admitiu que várias reclamações sobre o BPC chegam à associação, mas nunca um caso como este. “À cliente não pode ser imputada a responsabilidade por um valor que não gastou. O BPC tem é de rever o seu sistema, porque estão a provocar constrangimentos à senhora. A nível legal isso é passivo de indemnização por danos morais”, disse Jordan Coelho, jurista da AADIC.

Sobre o assunto, o NJ contactou o Banco de Poupança e Crédito (BPC), que exigiu uma solicitação por escrito para dar explicações, inviabilizando uma explicação para esta ocorrência.

O NJ está ainda a tentar obter mais detalhes junto do BCI e da EMIS (Empresa Interbancária de Serviços S.A), que gere a rede Multicaixa em Angola.

NJ

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