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Presidente da CNE coloca elementos do SINSE para trabalhar nos resultados eleitorais

Urgente – Presidente da CNE coloca elementos do SINSE para trabalhar nos resultados eleitorais

O Presidente da CNE, Manuel Pereira da Silva “Manico”, está a ser acusado de dispensar quadros que foram inicialmente recrutados para trabalhar na digitalização das actas eleitorais, e substituídos por alegados elementos dos Serviços de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), nos trabalhos ligados ao resultados eleitorais.

INFORMÁTICOS DA CNE EXPLICAM COMO FORAM SUBSTITUIDOS

A substituição segundo relataram ao Club-K, deveu-se a razões de “desconfianças”, por terem observado “coisas estranhas” na divulgação de resultados. Tudo começou na noite do dia 24, quando a direção da CNE, comunicou aos técnicos que fazem os trabalhos de digitalização das actas que os trabalhos ficariam suspensos naquela noite por alegada “falta de sistema”. Com isso ficam todos de braços cruzados sem poder trabalhar.

Antes da meia noite daquele dia, conforme relatam, o Presidente da CNE foi comunicado que estavam a circular nas redes sociais copias de actas síntese que davam vantagens eleitorais para a UNITA, o maior partido da oposição. Para contrapor o efeito da “vitória da UNITA nas actas” o Presidente da CNE foi orientado, a anunciar na televisão que o MPLA, estava sair se vencedor com 60% e a UNITA com 33%.

Tendo em conta que a CNE estava “sem sistema”, impedindo os técnicos da digitalização a trabalhar na recepção de actas dos centros de despachos, os informáticos que estavam a trabalhar neste processo questionaram a origem dos resultados que o Porta-voz da instituição, Lucas Quilundo estava anunciar na TPA dando victória ao MPLA.

Ao retomarem os trabalhos, no dia seguinte, os informáticos da CNE, notaram também que haviam no sistema actas que indicavam mais boletins de votos do que eleitores, e que cujos os responsáveis da espanhola INDRA, orientava a estar no “mode bloqueado”. Terão também notado o caso de actas adulteradas favorecendo o partido no governo.

“Se numa acta indica a contagem de 80 votos para o MPLA, colocava-se o numero 1, em frente do 80, ficando 180 votos, e depois lança-se no computador em regime de bloqueio para ninguém mexer”, contou uma fonte na condição de anonimato.

Segundo a mesma fonte, os responsáveis da CNE e INDRA ao notarem que os técnicos estavam a questionar “muito” e a “dar conta de muita coisa”, foram dispensados para não trabalharem mais, e foram automaticamente substituídos por elementos de alta confiança que – os trabalhadores da CNE – alegam pertencer aos Serviços de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE).

Os técnicos da digitalização foram recrutados por via de um concurso público, para nestas eleições trabalharem, em regime “part-time” na parte da digitalização as actas síntese. Uma semana antes do acto eleitoral estavam a ser treinados pela INDRA, sobre como lançar os dados para os computadores. De inicio alguns teriam questionado as razões que levavam a ter formações de simulações mas já com actas assinaladas com as siglas do partido no poder.

Os referidos técnicos trabalharam no novo edifício da CNE, numa sala de alta segurança em que os mesmos não podiam entrar com telefone, e também não podiam se comunicar-se entre si, numa mesa para 30 pessoas. Em caso de alguém querer ir para o WC, teriam de levantar o braço e depois seria escoltado ao destino. A sala é toda vigiada com camarás de filmar. No geral, o grupo estava dividido em três turnos.

A CNE é na sua alta hierarquia constituída por comissários indicados pelos partidos políticos para um mandato correspondente a composição parlamentar. Neste final de semana, um grupo de comissários denunciou violações cometidas pela CNE desmarcando-se dos resultados provisórios.

Entre as violações, apontou o facto de se encontrarem no centro de escrutínio da CNE entidades estranhas à lei, e restrições ao acesso e exercício pleno das competências dos comissários nacionais, que têm sido exercidas por um grupo restrito de comissários nacionais indicados pelo presidente da CNE, já que apenas cinco dos 17 membros puderam proceder ao apuramento dos resultados.

Os informáticos que ouviram os referidos comissários, esclareceram que “na conferência de imprensa, os comissários não esclareceram bem a questão dos níveis de acesso. A CNE já veio rebater. Importa esclarecer quanto antes: Acesso físico ao centro de escrutínio todos têm. Até jornalistas e observadores. Agora, os comissários não têm todos uma credencial igual que lhes deia acesso livre e igual a todos os espaços onde se desenvolvem todas as actividades, incluindo digitalização, recepção e validação de actas e análise de incidências”.

“Veja que só duas pessoas, os portadores da credencial do tipo A+, o COORDENADOR GERAL E O COORDENADOR DA COMISSÃO TECNICA podem circular e permanecer livremente do centro de escrutínio sem limite de áreas de acesso. Os demais comissários não podem”, explicou a fonte do Club-K.

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