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Novo Secretario da UNITA em Luanda sob pressão para adiar congresso

Notícias de Angola – Novo Secretario da UNITA em Luanda sob pressão para adiar congresso

José Eduardo, o novo secretario provincial da UNITA, que no passado dia 1 de Novembro, rendeu no cargo Manuel Armando da Costa Ekuikui “Nelito”, é a figura cujo nome aparece a liderar uma carta enviada ao conselho de jurisdição da UNITA propondo o adiamento do XIII congresso agendado para dezembro. As acções do mesmo colocam-no num quadro de desconfianças por parte dos seus colegas suspeitando que esteja “a fazer de tudo ” para a boicotar o acto que irá eleger o próximo presidente da UNITA.

Dirigente lidera abaixo assinado contra a realização do congresso

De acordo com investigações, no dia seguinte a sua nomeação, José Eduardo, exonerou – por telefone – três secretários municipais do partido (Kilamba Kiaxi, Talatona e Cazenga). A província de Luanda, maior praça eleitoral no país, contribuí com 15% dos delegados ao congresso. A recente exoneração de Nelito Ekuikui, seguida do afastamento de alguns secretários municipais provocou o adiamento do processo de selecção dos delegados na capital do país que deveria ter arrancado na passada quarta-feira (3).

O atraso do processo de selecção dos delegados está a ser descrito como tendo obedecido a “propositados” cálculos destinados a comprometer a data da realização do congresso, e com isso dar lugar a uma remarcação para o próximo ano. O regime angolano na pessoa do general Tavares Ferreira que responde pelo “dossier Adalberto Costa Jr”, é citado como estando a movimentar-se para impedir que o XIII congresso da UNITA, se realize no mesmo mês que o do MPLA.

De acordo com informações, é atribuído ao novo Secretario provincial José Eduardo, orientações no sentido não haver selecção de novos delegados ao congresso no município de Cacuaco, permitindo assim que os militantes do Cacuaco escolhidos para o “anulado congresso” participem automaticamente no evento. O antigo secretario para mobilização do Cacuaco, Domingos Pedro que se tornou no “numero dois” da rede do general Tavares tem reiterado que irá participar no congresso, indicando o mês de março como data por eles estabelecida. “serei candidato ao XIII ordinário do nosso partido que terá lugar em Março de 2022”, lê-se na sua mensagem no facebook.

A facilidade com que o Secretario provincial José Eduardo, está a dar para a “reentrada” em cena de militantes ligados a rede do general Tavares que impugnou o congresso de 2019, tem dado azo a reservas sobre a sua conduta. Há, inclusive advertências elucidando que o acórdão 700/2021 do Tribunal Constitucional orienta a realização do congresso do zero, recomeçando também com um novo processo de seleção dos participantes.

As alegadas desconfianças que recaem sobre Zé Eduardo é de que esteja a fabricar “motivos” para que o XIII congresso possa vir a ser novamente impugnado, e com isso o candidato pela UNITA, as próximas eleições de 2022, se torne o actual líder Isaías Ngolo Samakuva.

José Eduardo, é cotado como um quadro bastante metódico e competente. Aderiu a UNITA, em 1991, tendo lhe sido confiada a área de informação do comité municipal do Sambizanga e logo a seguir a pasta da mobilização. Alega-se que neste altura, teria se tornado próximo a Elias Salupeto Pena, falecido dirigente da UNITA, assassinado nas escaramuças de setembro de 1992.

Antes de chegar a coordenador da UNITA em Luanda, já em período de paz, José Eduardo foi o secretario municipal do partido no Cazenga, numa altura em que David Mendes se predispunha em ser o autarca por este município. Terá sido nestas circunstancias em que ambos se tornaram amigos. Tanto José Eduardo como David Mendes são apologistas pela não realização do congresso no próximo mês de Dezembro.

O congresso da UNITA foi convocado para os dias 3 e 4 de Dezembro. De acordo com apurações é do interesse do regime que o evento do maior partido da oposição seja “remarcado” para Março de 2022.

Em conformidade com cálculos feitos pela rede do general Tavares Ferreira, se a UNITA realizar o congresso em Março de 2022, o Tribunal Constitucional poderá levar no mínimo três meses para validar o acto, o que acontecerá em Junho, mas também se levar sete meses como aconteceu no congresso anterior, a validação do congresso será somente em Outubro de 2022, depois das próximas eleições gerais. Se surgirem eventuais impugnações o processo de validação demora ainda mais. Com este cenário, de um congresso remarcado para Março, enquanto o Tribunal Constitucional não validar o acto, o “cabeça-de-lista” para as eleições de Agosto de 2022, terá de ser o líder do “congresso validado” de 2015, neste caso Isaías Samakuva.

O Presidente da UNITA que sairá eleito no próximo congresso, só poderá ser candidato a Presidência da República, depois de o TC validar o evento. “Com os dois partidos a fazerem os congressos em simultâneo, no mês de Dezembro, o Tribunal Constitucional será obrigado a validar tanto o congresso de Dezembro da UNITA, na mesma altura em que fará com o MPLA”, explica uma fonte adiantado que o regime irá recorrer a meios possíveis para impedir que isso aconteça.

Fonte: Club-k.net

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