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Arquivos secretos de Portugal apontam 15 de Março como inicio da luta armada em Angola

Notícias de Angola – Arquivos secretos de Portugal apontam 15 de Março como inicio da luta armada em Angola

As forças portuguesas em Angola foram informadas em março de 1961 da presença em Luanda de “um nativo bem vestido, falando corretamente português”, oriundo do Golungo Alto, incumbido de instruir ataques independentistas entre 10 e 15 de março.

As forças portuguesas em Angola foram informadas em março de 1961 da presença em Luanda de “um nativo bem vestido, falando corretamente português”, oriundo do Golungo Alto, incumbido de instruir ataques independentistas entre 10 e 15 de março.

A informação consta num despacho do Comando Militar de Angola e remete para um ofício da polícia política do regime, P.I.D.E (Nº6/61 – SR), de 06 de março de 1961.

Luta armada em Angola

A 09 de março, era emitido o aviso do quartel general em Luanda dirigido ao Chefe do Estado-Maior do Comando Naval de Angola, reportando que os assaltos teriam lugar entre 10 e 15 de março.

No documento, cujo assunto era “Alterações da Ordem Pública”, precisa-se que seriam usadas armas de fogo, que se encontrariam já próximo do Golungo (Cuanza Norte).

“No mesmo dia, e à mesma hora do assalto em Luanda, terá lugar outro em Malanje”, revela o documento, classificado como secreto, que a Lusa consultou no âmbito de um processo de desclassificação de documentos promovido pela Marinha.

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Os preparativos para a ação dos movimentos independentistas estariam a ser feitos “num povo do Duque de Bragança”, sob orientações vindas do Golungo.

“Os nativos continuam interessados na compra de enxofre para o fabrico de bombas, que têm a forma duma bola de futebol pequena e que só rebentam depois de lhes pegarem fogo”, descrevia o coronel Manuel Pimenta de Almeida Beja Camões Godinho, pedindo à Marinha o envio de “quaisquer dados” que pudessem confirmar a informação que acabara de assinar, sob a insígnia “A Bem da Nação”.

De imediato, seguiu uma cópia para o Estado-Maior da Armada a “chamar a atenção” dos comandos e das defesas marítimas para “a última parte” da missiva.

A 15 de março ocorreram, no Norte de Angola, os ataques liderados pela União das Populações de Angola (UPA) que ditaram o início da guerra colonial, ou guerra de libertação para os africanos, com largos milhares de vítimas de ambos as lados, ao longo de 13 anos de conflito.

O documento faz parte do fundo reunido pela COLOREDO, a Comissão Eventual para a Localização e Recolha de Documentos da Marinha sobre a sua Ação nas Operações Militares em África e Timor (1961 – 1975) – Ultramar.

C/ Lusa

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