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Príncipe William: os “grandes cérebros” deveriam estar a “consertar o planeta” e não à procura “do próximo lugar onde viver”

Mundo – Príncipe William: os “grandes cérebros” deveriam estar a “consertar o planeta” e não à procura “do próximo lugar onde viver”

Horas depois de o ator William Shatner viajar abordo de um foguetão de Jeff Bezos, o príncipe William criticou a corrida espacial numa entrevista à BBC. Tal como o pai e o avô, focou-se no clima.

A seguir as pisadas do pai, o príncipe William deu uma entrevista à BBC para falar do clima e consequentemente criticar a corrida espacial horas depois de o ator William Shatner, popularizado como capitão Kirk na saga “Star Trek”, ter viajado em direção às estrelas num foguetão da Blue Origin de Jeff Bezos. Foram cerca de 10 minutos que permitiram a Shatner finalmente atravessar a “fronteira final” do espaço — aos 90 anos tornou-se na pessoa mais velha a fazer semelhante viagem.

Trocadilhos à parte, William argumentou que os “grandes cérebros e mentes do mundo” deveriam, ao invés, estar concentrados em “tentar consertar este planeta” e não em “encontrar o próximo lugar onde viver”. “Acho que, em última análise, é realmente crucial focarmo-nos neste [planeta] em vez de desistirmos e irmos para o espaço.” Assegurou ainda que não tem “absolutamente nenhum interesse” em ir ao espaço.

A entrevista feita a partir do Palácio de Kensington surge dias depois de também Elon Musk, fundador da SpaceX, revelar que gostaria de construir carros Tesla em Marte — o mesmo planeta que um dia quer colonizar.

Já William, de 39 anos, tens os olhos postos na terra e deixa um aviso familiar: a inação perante as alterações climáticas vai “roubar o futuro dos nossos filhos”. O herdeiro ao trono britânico, neto da rainha Isabel II, argumentou que deseja que todas as crianças, incluindo os próprios filhos, possam desfrutar de coisas que marcaram a sua infância: a “vida ao ar livre, a natureza e o ambiente”. Por isso mesmo, o príncipe diz querer usar a “pouca influência” que tem para “destacar as pessoas incríveis que estão a fazer coisas incríveis e ajudar a resolver alguns destes problemas”.

À semelhança do que disse o pai esta semana à BBC — entrevista onde Carlos também deu a conhecer a dieta amiga do ambiente e voltou a mencionar o Aston Martin que a anda a vinho branco —, William mostrou-se preocupado face à conferência climática que acontece em Glasgow, na Escócia, no próximo mês. “Não podemos mais ter discursos inteligentes, palavras inteligentes, e ação insuficiente.” O filho mais velho de Diana, princesa de Gales, referiu ainda como o avô, o falecido duque de Edimburgo, começou por contribuir para a causa climática ao ajudar o WWF (sigla inglesa para “World Wide Fund for Nature”) e que também o pai se tem dedicado aos mesmos assuntos “desde muito cedo, antes de alguém pensar que era um tema”.

“Para mim, seria um desastre absoluto se o George [o filho mais velho dos duques de Cambridge] estiver aqui sentado a falar consigo ou com o seu sucessor daqui a 30 anos a dizer a mesma coisa, porque aí já será tarde demais.”

William não deixou ainda de referir o aumento da ansiedade em torno do clima nas gerações mais novas. A entrevista não surge por acaso e tem por base o prémio Earthshot, tido como “o prémio ambiental mais ambicioso e de maior prestígio já lançado”. William e Kate vão marcar presença na cerimónia desta distinção no próximo domingo.

C/ OBSERVADOR

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