Notícias de Angola – Silvestre Tulumba é o favorito de JLO para ser o próximo dono da UNITEL
Silvestre Tulumba Tyihongo Kapose, nascido em 1981 na província da Huíla, em Angola, teve um início modesto como motorista de táxi. Sua trajetória empresarial começou em 2002, quando começou a fornecer veículos ao governo provincial, uma oportunidade que lhe foi facilitada pelo então ministro da Defesa Nacional, Kundi Paihama, que já faleceu.
Com o apoio de Paihama, Tulumba expandiu seus negócios, focando na venda de automóveis importados para diferentes ministérios, especialmente aqueles sob a influência do general. Informações de fontes confiáveis indicam que os interesses de Tulumba e Paihama se entrelaçavam em diversas áreas, incluindo fazendas e empresas sob controle do general, assim como no falido BANC e na Plurijogos.
Entretanto, a reputação de Tulumba é manchada por controvérsias e dívidas significativas. Ele enfrenta problemas de incumprimento no sistema financeiro, notavelmente com o Banco de Poupança e Crédito (BPC) e o BANC. Sua situação financeira é ainda mais complexa devido a um litígio nos Estados Unidos relacionado a um contrato de aquisição de aviões, além de uma investigação em Lisboa sobre a falta de pagamento de salários a trabalhadores da Imosul, uma construtora do seu grupo.
Entre os maiores devedores do BPC, Tulumba deve aproximadamente 517 milhões de dólares, posicionando-se logo atrás de Monteiro Kapunga, que deve cerca de 687,8 milhões de dólares. Apesar das suas obrigações financeiras, Tulumba e sua família são conhecidos por ostentar uma vida de luxo, utilizando um Falcon para viagens aos Estados Unidos e possuindo carros de alto padrão como um McLaren e um Bentley Bentayga em Lisboa.
Tulumba, ex-membro do Comité Central do MPLA, está se preparando para fazer uma oferta de 250 milhões de dólares por 25% da participação da Sonangol na UNITEL. De acordo com informações do África Monitor, cresce a crença de que o processo de privatização da UNITEL está sendo direcionado para que o consórcio de Tulumba adquira a participação atualmente detida pela Sonangol.
O governo havia inicialmente planejado um concurso internacional para a privatização, mas a UNITEL, considerada um “ativo estratégico” com mais de dois terços do mercado, está enfrentando crescente concorrência da Africell. Com o confisco das ações de Isabel dos Santos e do General Leopoldina do Nascimento, o Estado agora possui 100% da empresa, sendo 50% via Sonangol. A aquisição de 25% do capital permitiria a um acionista privado com boas conexões no regime controlar a empresa.
A manutenção da UNITEL sob “mãos angolanas” seria vista como um sucesso do programa de privatizações do governo, mesmo que a qualidade do serviço tenha deteriorado nos últimos anos. A empresa continua a ser líder de mercado e lucrativa, repartindo dividendos entre os acionistas.
Fonte: Secreto News