Notícias de Angola – Reserva Federal envia missão a Angola para avaliar regresso dos dólares
O Informativo Angolano soube que, Uma delegação de alto nível da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos chega este mês a Luanda, para um encontro com o governador do Banco Nacional de Angola (BNA) em que são abordados assuntos relativos à recuperação da moeda norte-americana nas operações bancárias.
O governador do BNA, José de Lima Massano, que fez este anúncio na Conferência de Petróleo e Gás, que encerra hoje, acrescentou que as discussões com os representantes da Reserva Federal (banco central dos Estados Unidos) visam também estreitar as relações entre as duas instituições para viabilizar o intercâmbio entre os dois países.
“Queremos, com este encontro, manter um diálogo permanente que facilite executar as operações monetárias que foram terminadas com alguns bancos” internacionais, revelou o governador do BNA, numa referência às relações com os bancos correspondentes interrompidas em 2016, agravando a crise cambial que o país vive desde 2014.
José de Lima Massano detalhou as operações cambiais estabelecidas para as companhias petrolíferas acederem às divisas necessárias para pagar a “fornecedores críticos” declarando que, “por regra, as companhias vendem a moeda estrangeira aos bancos para ser passada aos seus fornecedores críticos”, mas o que o BNA projecta é “chegar a um nível em que possam realizar a venda directa aos bancos comerciais”.
José de Lima Massano adiantou que o BNA está a trabalhar com Associação dos Operadores Petrolíferos para estabelecer operações de venda voluntária das divisas aos bancos comerciais mas, lamentou, “alguns bancos estrangeiros terminaram a relação com os nossos bancos e temos trabalhado para recuperar e executar as operações na moeda dos Estados Unidos”, sublinhou o governador, numa declaração relacionada com a vinda da missão da Reserva Federal.
Pressão do Tesouro
José de Lima Massano afirmou que os níveis de acumulação de reservas internacionais líquidas registaram um abrandamento mercê da queda da produção e redução dos preços do petróleo no mercado.
Num encontro dos ciclos de conferências anuais, o BNA divulgou números que situam as reservas internacionais líquidas em dez mil milhões de dólares e as reservas internacionais brutas em 16 mil milhões,
“Qualquer abrandamento do sector petrolífero gera um impacto negativo sobre as reservas internacionais líquidas sob gestão da autoridade monetária, que é o BNA”, disse, explicando que as reservas são constituídas por recursos do banco central, do Tesouro e dos bancos comerciais.
José de Lima Massano explicou que o exercício fiscal afecta o desempenho das reservas internacionais e que o Tesouro também influencia, fazendo recurso às reservas para cumprir a despesa pública e as responsabilidades no aparelho de Estado.
O Tesouro, apontou, usa as reservas líquidas para honrar e pagar a divida externa gerada, incluindo a das representações diplomáticas, que demandam elevadas somas de moeda estrangeira.
O governador informou sobre acções para elevar a captação de receitas não petrolíferas por meio da produção nacional. “Os montantes em moeda estrangeira sob gestão do BNA não têm sido suficientes para atender às necessidades do mercado cambial”, afirmou.