Notícias de Angola – Enquanto BNA faz vistas grossas: Banco Económico “esconde” contas de três anos
O Banco Ecónomo voltou a apresentar as contas trimestrais após 15 trimestres sem divulgá-las, tendo divulgado os balancetes do I e II segundo trimestre deste ano.
Embora tenha apresentado os resultados do primeiro semestre, o banco não divulgou os balancetes do IV trimestre de 2019 nem os balancetes dos anos de 2020, 2021 e 2022. De acordo o balancete do II trimestre, o Económico dispõe de uma activo de 1,4 biliões Kz, onde os investimentos em títulos de dívida pública, avaliados em 114,3 mil milhões Kz, representam 8% do activo total e o stock de crédito com 51,6 mil milhões Kz representa 5%.
O banco também contabilizou um passivo de 1,5 biliões kz, que por sinal é superior ao activo da instituição, o que significa que o banco continua em falência técnica. Assim, no final do primeiro semestre o banco liderado por Victor Cardoso, em substituição de Carlos Duarte, registou lucros de 36,1 mil milhões Kz.
Entretanto, não se pode entender a evolução das contas porque o banco não apresentou os balancetes do exercício económico de 2022. O Expansão voltou a questionar o banco sobre o motivo da não divulgação dos balancetes trimestrais relativos aos anos 2020, 2021 e 2022, o departamento de comunicação do Económico respondeu: “os balancetes para os anos referidos irão ser divulgados oportunamente, tendo sido dada prioridade aos períodos mais recentes.
O Banco está a prosseguir uma política de transparência, divulgando informação relevante ao mercado contanto que se mostre completa e devidamente validada”. Entretanto, o banco continua a “esconder” os resultados de 2022. Normalmente, os balancetes trimestrais dos bancos são apresentados com quatro colunas onde a primeira apresenta o saldo do trimestre anterior, a segunda e terceira, respectivamente, as entradas e saídas (débitos e créditos) e a última, o saldo no final do período (saldo actual).
No entanto, nos balancetes mais recentes o Económico apresenta apenas o saldo no final do período, pelo que, não se consegue saber os resultados do último trimestre de 2022. A instituição bancária justifica a alteração do balancete argumentado que “a regulamentação não define um modelo específico para a publicação do balancete trimestral, tendo o Banco vindo a optar por um formato simplificado”, e acrescenta que “estão em curso procedimentos para passar a publicar-se balancetes mais informativos”.
Tal como noticiou o Expansão na edição anterior, a administração do Banco Económico culpa o plano de reestruturação pelo atraso do relatório e contas de 2022. “Como é do conhecimento geral, temos estado sujeitos a um rigoroso Plano de Recapitalização e Restruturação (“PRR”) aprovado pelo Banco Nacional de Angola.
Um dos principais objectivos do Plano é o do saneamento financeiro do Banco Económico, o que implica um trabalho profundo em matéria contabilística, incluindo correcções em dados históricos e novos registos. Por esta razão, tem existido uma especial contenção na divulgação de informação que ainda está a ser trabalhada”, disse o gabinete de comunicação do banco.
Fonte: Expansão