Notícias de Angola – Económico é o único banco que não apresentou contas 2019
Mesmo já fora de todos os prazos regulamentares, o banco Económico não revela à Deloitte qual foi o balanço das suas operações em 2019, nem mesmo as contas do IV trimestre desse ano. Segundo o estudo “Banca em Análise”, os activos da banca crescem 11%.
O Banco Económico é a única instituição do sistema bancário que não publicou as contas referentes ao exercício financeiro de 2029, nem o balanço da sua operação no primeiro e segundo trimestres deste ano, o que viola as regras do Banco Nacional de Angola (BNA), que o obriga a divulgar, anualmente, até 30 de Abril do ano subsequente.
Até à madrugada desta quinta-feira, dia 30, o banco ainda não tinha divulgado as informações financeiras respeitantes ao exercício financeiro de todo o ano 2019, nem mesmo as referentes ao primeiro e segundo trimestre de 2020, nem forneceu estas informações à auditora Deloitte, para a compilação do estudo “Banca em Análise”.
O Expansão já questionou o banco, por diversas vezes, sobre as contas de 2019 e do primeiro e segundo trimestres de 2020 desta instituição financeira que nasceu das cinzas do extinto Banco Espírito Santo Angola (BESA), mas nunca obteve respostas.
Aliás, a própria Deloitte admite mesmo que teve de recorrer a informação agregada do sector bancário disponibilizada pelo BNA para calcular o peso do banco no conjunto das 26 instituições bancárias. “O presente estudo inclui a informação financeira em base individual dos bancos a operar em Angola durante o ano de 2019, com a excepção do Banco Económico, S.A. por indisponibilidade das respectivas demonstrações financeiras”, escreve a consultora, em nota de imprensa.
O sector aguarda com expectativa a publicação das contas deste banco, uma vez que ocorreu no ano passado uma alteração à estrutura accionista, com a entrega ao Estado das participações da Lektron Capital (ligada ao general Kopelipa e a Manuel Vicente). Esta alteração surgiu com a entrega de 30,98% da participação para “cobrir” um empréstimo que a Sonangol fez a esta empresa para a sua entrada no BE.
Acresce que, na assembleia-geral ocorrida em Agosto do ano passado, a nova estrutura accionista aprovou um aumento de capital na ordem dos 344 mil milhões Kz a ser realizado até final do I semestre deste ano. O Expansão também não obteve resposta sobre se foi realizado o aumento de capital.
Deloitte “coloca” BAI como líder dos activos Sem o BE, o valor total dos activos das instituições financeiras bancárias, consideradas na 14ª edição do “Banca em Análise”, disparou 11% para 14,1 biliões Kz até 31 de Dezembro do ano passado face às contas de igual período do ano anterior.
No mesmo exercício, os resultados líquidos das 25 entidades do sector bancário que disponibilizaram as suas contas registou um decréscimo de 76% em relação ao ano anterior, passando para os 78.439 milhões de Kwanzas.