Notícias de Angola – Custos de produção do país são os mais altos da SADC
O Informativo Angolano soube que, Os custos de produção em Angola são de 30 a 50 por cento superiores à média dos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), no que pode ser visto como o maior constrangimento para a adesão, este ano, à Zona de Comércio Livre da região, declarou ontem, em Luanda, a vice-presidente da Confederação Empresarial de Angola (CEA).
Filomena de Oliveira disse numa conferência sobre “Processos e procedimentos de implementação do Protocolo da Zona de Comércio Livre”, promovido pela CEA, que a competitividade dos produtos angolanos é prejudicadas por questões estruturais como a falta de capital humano especializado, deficiente abastecimento de energia e água, bem como a falta de melhorias nas vias de acesso.
Há 23 anos, depois de Angola ter subscrito ao Protocolo da Zona de Comércio Livre da SADC, apenas no final deste ano é que o país pretende começar a im-plementar as medidas que convergem para adesão, indicou Filomena de Oliveira, indicando que falta ao país uma estratégia consistente para eliminar estes constrangimentos.
Filomena de Oliveira considerou que o país também não está a conseguir capitalizar a reduzida infra-estrutura de que dispõe, como os caminhos-de-ferro, que, considerou, deveriam ser melhor aproveitados visando dar maior apoio à economia.
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Uma das formas, propôs, seria a promoção de “caravanas de produção”, para se tirar o maior proveito do elevado custo financeiro dos projectos ferroviários que, na realidade, “não estão ao serviço da produção nacional”, afirmou.
A gestora, que também é consultora especialista em Marketing, considera ser necessário que haja uma concertação sistemática e permanente entre o sector privado, os decisores públicos, instituições de ensino e ordens de profissionais para interagirem e encontrarem os “melhores caminhos” para a implementação do Protocolo da Zona de Comércio Livre da SADC.
Filomena de Oliveira afirmou que Angola tem relações comerciais reduzidas com a maior parte dos países da região, e que a maior parte dos negócios no seio da SADC são desenvolvidos com a África do Sul, país com o qual Angola mantém 90 por cento das trocas.
Apesar da elevada oferta regional e do potencial de produção interna, lamentou, Angola tem a elevada soma mensal de 82 milhões de dólares na importação de carnes, um montante que deveria servir para ser investido em processos de produção interna.
A vice-presidente da CEA anunciou a realização do 2º Congresso da Produção e do Sector Privado para o período de 6 a 10 de Novembro, em Benguela, em que também está prevista a “Expo África Angola”.
O economista Carlos Gomes, que também participou no encontro, anunciou o apoio ao início da implementação, no final deste ano, do Protocolo da Zona de Comércio Livre da SADC por Angola, apelando aos empresários a não recearem essa evolução.
“Angola subscreveu a integração nesta Zona. Logo, resta-nos encarar os obstáculos com optimismo. Muitas vezes, os empresários levantam a questão de que os nossos produtos não são competitivos e que seremos ultrapassados por outros países. Isto não é bom, porque se ficarmos sempre com receios do insucesso nunca daremos o passo certo”, disse.
Para Carlos Gomes, a implementação do Protocolo da Zona de Comércio Livre da SADC vai proporcionar vantagens para o país, no sentido de se poder utilizar e transformar os recursos naturais que o país tem, tornando o produto final mais competitivo para melhor satisfazer as necessidades do mercado e das populações.
Fonte: JA