Eu não sei se fazer apologia ao savimbismo não é o mesmo que fazer apologia àdesordem constitucional, previsto e punido pela Lei dos crimes Contra a Segurança do Estado e mantido no Código Penal… Podemos perdoar para reconciliar, nunca esquecer as causas e só isso pode ajudar a superar com realismo e responsabilidade. A boa vontade deve ser vista como resultado do humanismo. Nunca uma exigência contra a ordem.
Savimbi morreu em defesa da sua ambição pessoal
17 depois de estar enterrado no Lwena e os angolanos a superarem os traumas que JS e a UNITA nos impuseram de 1992 até 2002, conforme relata Anstee ( 1996), pretendem branquear a História como se fosse um Homem pacífico e democrata que morreu em paz com o seu povo. Vão perguntar isto ao povo do Lwena que sentiu na carne em 1991 ou o Kuito e Andulo, Huambo, onde não poupou ninguém mesmo sendo sua terra. Perguntem familiares de Sangumba, Tchingunji, Wilson dos Santos ou Mbimbi Katalayo e da sua esposa Ana Paulino Savimbi. Perguntem quem foi raptado como menor ou viu seus pais a serem humilhados ou mortos. Perguntem quem foi vítima de uma mina colocada sem mapa e que o Governo procura às cegas procurar. Perguntem quem viu seus parentes mortos por tropas de Savimbi quando a UNITA ocupou cidades, vilas ou aldeias e perguntem onde estão os corpos ou até onde está o corpo de António Dembo, seu vice-presidente falecido depois da morte de Savimbi numa área sob controlo da UNITA…
É curioso que alguém com mente sã diga que JS lutou em prol do seu País, quando esteve aliado aos racistas Sulafricanos que não admitiam liberdade à maioria negra na África do Sul e ocupavam ilegalmente a Namíbia contra a Resolução 435/78 que só foi possível a independência com os Acordos Tripartidos de 1988 ou acordos de Nova Iorque entre Angola, África do Sul e Cuba.
É curioso constatar que a ignorância substantiva obstrui a razão de que aparenta ser homem de mente aberta e jornalista imparcial, quando ignora que JS até seus seguidores torturou ou eliminou seus parentes por razões nacionais.. .
É curioso constatar que JS sempre manipulou seus seguidores com doutrinas ambíguas. democrata sem oposição, sem parlamento, africanista aliado com racistas, patriota que só valorizava quem lhe desse apoio traindo seu povo ou pátria, humanista que até crianças lançou à fogueira, poeta ou romântico que lançou mulheres à morte cruel…
Só com muita confusão intelectual é que alguém diz que Savimbi lutou pela Pátria quando teve acordos com a Direcção Geral de Segurança ou secreta portuguesa para impedir o MPLA circular no Leste, como afirma Silva Cunha ex Ministro do Ultramar Português…
Só quem não tem memória não se lembra da retórica de ódio contra quem não nutrisse sua ambígua doutrina e quem fosse enganado era um preso humilhado física e psicologicamente e sua familia exposta para moeda de troca ou caprichos de toda ordem como afirmara Danda, Sai Puna, Tony Fernandes em 1992…
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Só quem não nutre valores democráticos e humanistas pode aceitar tal engodo pseudo intelectual sem substância.
A paz e reconciliação só foram uma realidade com a morte de Savimbi em 2002, tendo caído como um criminoso caçado vivo ou morto e só depois de confirmado o mundo viu que a paz e segurança eram possíveis.
Basta lembrar que ao tempo da morte de JS, a haviam dois grupos a UNITA ortodoxa e a Renovada de Manovakola que juntou -se à ortodoxa savimbista que fazia parte do GURN um governo com Ministros da Saúde ( Veloso, Hamukwaya Sicato), Hotelaria e Turismo ( Victorino Hossi, Jorge Valentim), Embaixadores, Governadores, Generais e Comissários para não falar de 70 Deputados até 2008…
Nunca se deve permitir banalizar a autoridade do Estado e arriscar a Segurança nacional, nem mesmo atentar para defesa de interesses partidários ou políticos.
Parece-me que a exumação e inumação devia ser feita com a dignidade que todo cidadão merece, no entanto, JS teve uma vida prenha de insolência contra a vida humana com crimes em que foi autor ou mandante como Comandante contra Ordem e a Segurança embora amnistiados, nunca foram os crimes contra a vida humana ou raptos, perseguição, violação e ataques ao comboio civil do Senza Itombe são crimes imperceptíveis e que acho que devia haver prudência.
É democrático querer defender o percurso de um Partido e sua liderança, mas neste caso JS até morreu quando a UNITA estava sobre sanções internacionais do Conselho de Segurança da ONU conforme a Resolução 863 de 1993.
Savimbi esteve ao serviço da sua ambição pessoal para conquistar o poder sem respeito à dignidade da pessoa humana do povo ANGOLANO.