Notícia de África – Antigo presidente da África do Sul Jacob Zuma expulso do seu próprio partido
O antigo presidente da África do Sul, Jacob Zuma, foi expulso do Congresso Nacional Africano (ANC), seu partido, depois de ter apoiado um partido rival nas últimas eleições gerais de Maio, o que terá custado a perda eleitoral no pleito.
A notícia é avançada pela imprensa internacional, com destaque para a agência Reuters, na sua edição desta segunda-feira, 29. A expulsão de Jacob Zuma acontece depois de já ter sido suspenso ANC, em janeiro, na sequência do seu anuncio de que iria apoiar o opositor uMkhonto we Sizwe (MK) nas eleições gerais.
O MK que liderou o seu partido, na oposição, nas eleições de maio, obteve resultados melhor do que o esperado nas eleições gerais , com cerca de 15% dos votos, tornando-se um factor importante na perda da maioria do ANC pela primeira vez desde a era do apartheid.
“O ex-Presidente Jacob Zuma contestou activamente a integridade do ANC e fez campanha para tirar o ANC do poder, ao mesmo tempo que afirmava não ter cortado a sua filiação”, declarou esta segunda-feira à imprensa o Secretário-Geral do ANC, Fikile Mbalula, citado pela emissora alemã DW.
De acordo com o Secretário Geral daquele partido histórico, “esta conduta é irreconciliável com o espírito de disciplina organizacional e com a Constituição do ANC”, o que motivou a sua expulsão. O partido MK já reagiu criticando a decisão do ANC e condenando “graves injustiças” contra Jacob Zuma.
“O Presidente Zuma vai contactar a sua equipa jurídica para determinar urgentemente o curso da ação”, afirmou.
Zuma dispõe de 21 dias para recorrer da decisão, declarou o Congresso Nacional Africano.
Zuma tem estado em desacordo com a liderança do ANC desde que foi forçado a deixar o cargo de líder do partido em 2018 e tem repetidamente atacado o seu sucessor, o presidente Cyril Ramaphosa.
Lembrar que o ANC obteve 40,18% dos votos nas eleições, contra os 57,50% que obteve em 2019, o que o obrigou a formar um Governo de coligação pela primeira vez desde que assumiu o poder no final do apartheid em 1994. O MK é agora a oposição oficial.