Notícias de Angola – João Lourenço desistiu do terceiro mandato presidencial
O Secretário para Informação do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Rui Falcão, recentemente afirmou que o Presidente João Lourenço não terá direito a um terceiro mandato, negando assim especulações anteriores. Essa declaração busca dissipar dúvidas que surgiram sobre a possibilidade de uma revisão constitucional para permitir um terceiro mandato.
No entanto, o analista político José Gama, que falava pela Rádio Essencial nesta sexta-feira, 02/02, diz que, embora João Lourenço tenha expressado anteriormente o desejo de um terceiro mandato, as circunstâncias políticas atuais podem influenciar uma mudança de planos. Gama destaca desafios políticos, a necessidade de revisão constitucional após 2026 e a crescente impopularidade do presidente como factores que podem impactar suas decisões futuras.
Gama também falava sobre a impopularidade de João Lourenço nas redes sociais, em sondagens e nos resultados eleitorais, como sendo um dos factores da não aceitação do presidente pela sociedade. Destaca casos de rejeicção a candidatos associados ao presidente em diversas eleições de Associações, Ordem dos Advogados e outras.
Quanto à questão da intolerância política, Gama menciona as detenções de activistas que criticaram o presidente, argumentando que isso pode indicar uma resposta repressiva a uma popularidade em declínio. Ressalta que a abordagem do presidente pode contribuir para um ambiente político tenso no país.
Em relação à possibilidade de discussão interna no MPLA sobre um segundo mandato, Gama diz que o partido mantém uma cultura de liderança de mandato único, baseada na vontade do líder anterior, José Eduardo dos Santos. João Lourenço provavelmente não buscará um terceiro mandato, podendo permanecer no partido e indicar um sucessor para a presidência após 2027.
Para concluir, falou-se da questão quanto à escolha de um sucessor. Gama especula que João Lourenço pode favorecer um perfil militar, dada a sua preferência por nomeações militares em vários setores do governo. No entanto, ressalta que a escolha será baseada na vontade pessoal do presidente.
Fonte: HoldonAngola