Notícias de Angola – Bancos públicos angolanos somam prejuízo de 88,8 mil milhões Kz
Os bancos integradas no SEP (Sector Empresarial Público) registaram em 2021 um prejuízo agregado de 88,8 mil milhões Kz , de acordo com o relatório agregado do SEP publicado esta semana pelo Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE).
Trata-se dos bancos de Poupança e Crédito (BPC), de Desenvolvimento de Angola (BDA) e o de Comércio e Indústria (BCI), que durante o exercício económico de 2021 funcionou como um banco público, antes de ser privatizado em Dezembro último, em leilão em bolsa. As 100 mil acções do BCI foram vendidas no valor de 165 mil Kz, totalizando 16,5 mil milhões Kz, o equivalente a 29,3 milhões USD.
Apesar de se manterem negativos nos últimos três anos, os resultados líquidos apresentam um desagravamento em 80,3% face aos 449,6 mil milhões Kz (negativos) registados em 2020. O BPC tem apresentado os maiores prejuízos.
O maior Banco Público (BPC), registou um desagravamento acentuado do resultado líquido ao sair de -524,9 mil milhões Kz (84,1% do global) em 2020 para -83,2 mil milhões em 2021.
Também com uma participação negativa o BCI deteve 8,4% do global. No ano passado o banco registou um resultado líquido negativo na ordem dos 7,5 mil milhões Kz, saindo de lucros 727 milhões Kz em 2019.
Já o BDA, com lucros de 1,9 mil milhões Kz, foi o único banco que apresentou resultados líquidos positivos no período em análise e impactou positivamente no resultado agregado com 2,2%.
Ainda segundo os resultados apresentados no relatório agregado do SEP, o produto da actividade bancária pública global passou de um valor negativo em 2020 (- 710,2 mil milhões Kz) para positivo no ano passado ao atingir os 49,2 mil milhões kz, ou seja, uma melhoria de 106,9%.
De acordo com o relatório, com uma participação de 49,4% do global, o BCI foi o banco que mais contribuiu na melhoria do produto bancário agregado, seguido pelo BPC com 33,5% e pelo BDA com 17,1%.
Indicadores Financeiros
Ainda segundo o relatório, no que diz respeito aos indicadores financeiros, o ROE (Retorno Sobre o Capital Próprio) apurado em 2021 se agravou em 110 pontos percentuais, ao registar -24% quando comparado aos -134% verificados no ano anterior (2020).
O mesmo relatório explica ainda que o desagravamento dos resultados observados é explicado pela melhora verificada no rating soberano de Angola pelas agências de notação de riscos, que originou a reversão de imparidades associadas aos títulos públicos.
Quanto à autonomia financeira houve uma variação positiva na ordem dos 34,2% ao registar-se 14% em 2021 face aos 10% do período homólogo.
Já o rácio de solvabilidade atingiu 16%, um crescimento de 39,6% se comparado com o ano anterior que registou 11%.
O rácio de transformação registou igualmente uma evolução ao passar de 13% em 2020 para 20% no ano passado, um crescimento de 53,3%.
Relativamente ao património líquido agregado dos bancos públicos em 2021, houve um crescimento de 34,1 mil milhões Kz, representando um incremento de 10,8% comparativamente a 2020, quando o valor correspondia a 335,6 mil milhões Kz.
Por conta do comportamento dos valores verificados no último ano, verificou-se uma redução no valor tanto do activo agregado, quanto do passivo dos bancos, embora este último tenha registado um maior crescimento percentual se comparado com o primeiro.
O documento esclarece também que em grande medida, as variações espelhadas, as diminuições no activo e passivos agregados e o aumento no capital próprio, justificam-se pela dimensão dos movimentos ocorridos nos indicadores do BPC, o qual, além das razões enunciadas anteriormente, observou uma subscrição e realização de acções adicionais que somam 101,0 mil milhões Kz, sendo 100 mil milhões Kz realizados pelo accionista Estado (por meio do Ministério das Finanças) e 1,017 mil milhões Kz pelo accionista Caixa de Segurança Social das FAA.
C/ Mercado