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João Lourenço sacrifica ministro amigo

Notícias de Angola – João Lourenço sacrifica ministro amigo

O Informativo Angolano soube que, Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço é citado – por fontes do Club-K junto ao regime – como estando a ponderar em sacrificar o ministro da Construção, Manuel Tavares de Almeida, por forma a salvaguardar a imagem do seu governo, no que diz respeito ao escândalo do chamado “Bairro dos Ministérios”, cujo avanço acaba de ser anulado.

Manuel Tavares de Almeida, foi quem coordenou a Comissão Intersectorial criada para “negociar a aquisição de terrenos e propor a modalidade contratual com potenciais investidores privados para a implementação do Centro Político Administrativo”.

O ministro é tido como responsável de toda confusão causada e pela “distração presidencial” que levou João Lourenço a aprovar o pagamento de 344 milhões de dólares por um terreno que pertence ao próprio Estado. O terreno em causa, foi cedido a SODIMO, empresa ligada ao MPLA, a custo zero – para fins exploratórios – pelo antigo governador de Luanda, José Aníbal Rocha, para um período de 60 anos.

A 31 de Julho passado, depois de ter havido varias contestações populares, o ministro Manuel Tavares de Almeida, considerou que “pôr em causa o projeto é simplesmente desmobilizar as intenções já manifestadas de investimento do sector privado nacional e estrangeiro e descredibilizar o país”.

Sobre o mesmo assunto, num artigo intitulado “PR emboscado no bairro dos ministérios e das mentiras”, o seu autor Rafael Marques de Morais, considerou que “Num país decente, o ministro da Construção e Obras Públicas teria apresentado a sua demissão, para proteger o presidente, de quem é amigo. Só assim apoiaria a sua agenda e o esforço de moralização do seu governo e do combate à corrupção. Mas, como nos falta esse sentido de Estado, lá continuará o ministro a justificar-se de forma arrogante e a contribuir para manchar ainda mais a acção do presidente João Lourenço.”

O lado implacável de João Lourenço

Manuel de Almeida e João Lourenço tem uma amizade antiga desde o tempo da tropa. Ambos partilham uma empresa de construção que ao tempo de José Eduardo do Santos chegou a ser escrutinada para contratos. Ao tempo em que Lourenço esteve em desgraça política, era em casa de Tavares, na vila do Gamek, que o antigo Secretario Geral do MPLA, ia sentar-se aos finais de semana, para colher conforto.

Ao ser responsabilizado pela “falha”, Manuel Tavares de Almeida deverá ser depois de Augusto Tomas, o segundo dirigente do circulo privado de João Lourenço a ser sacrificado pelo regime. Tomas até a data da sua detenção, também era próximo ao casal Lourenço. Quando as suas filhas viajassem aos Estados Unidos eram acolhidas por Ana Dias Lourenço, que ai estava como responsável do Banco Mundial. O reciproco também acontecia. Em Março de 2018, uma das filhas do casal presidencial, Jéssica Lorena Dias Lourenço, foi ter o bebé, na capital americana, e uma das esposas de Augusto Tomas fez parte da caravana familiar que a acompanhou .

O lado implacável de João Lourenço em não facilitar amigos é extensivo para com os seus familiares. Em Abril de 2013, um cunhado seu, Miguel Ventura Catraio foi preso por envolver-se em brincadeira de jindungo, com umas amigas mais novas, numa pensão em Luanda. Lourenço, na altura que ocupava o cargo de ministro da Defesa Nacional, foi abordado para usar da sua influencia e soltar o cunhado. Numa reunião familiar, o então ministro fez saber que Catraio deveria responder pelos seus actos e que não ira intrometer-se. Por outro lado, a esposa de Catraio pedia medidas contra a agressora “Jussila”, que segundo informou as autoridades , esta terá também lhe feito vida negra com envio de vídeos e mensagens abusivas.

C/ Club-K