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Estado recupera Hotel de Convenções de Talatona HCTA

Notícias de Angola – Estado recupera Hotel de Convenções de Talatona HCTA

O Informativo Angolano soube que, o Hotel de Convenções de Talatona (HCTA) classificado com cinco estrelas, foi financiado pela empresa pública Sonangol. A obra, orçada em mais de 200 milhões de dólares, após pagamento e construção foi entregue para exploração, por um período de 20 anos, a uma empresa privada com um bónus à partida de 12 milhões de dólares e um contrato com traços danosos.

A Dream’s Leisure – Hotelaria e Turismo S.A., foi criada 13 dias antes da assinatura do contrato para gestão de um dos hotéis de referência de Luanda, isto em 2009, sendo um veículo criado para o efeito via Riverstone Oaks Corporation (ROC) A Dream’s Leisure – Hotelaria e Turismo S.A., associada a mais quatro empresas, dadas como sócias, nomeadamente: a Imoconsede Serviços S.A., a Imocom Construção S.A., a Imovisão S.A. e a Investme – Gestão de Investimentos S.A.

A Sonangol cedeu a Dream’s Leisure a quantia de 12,6 milhões de dólares americanos para exploração do hotel. De acordo com os artigos 6.º e 7.º do contrato, essa empresa paga à Sonangol o lucro apurado (resultado líquido), depois de deduzidas várias comissões e remunerações e, caso declare prejuízos na gestão do hotel, a própria Sonangol é obrigada a pagar uma compensação.

Para além dos 20 anos de exploração, a empresa pode prorrogar o contrato por mais 20 anos, caso o mesmo não seja denunciado com uma antecedência de cinco anos relativamente ao final do contrato inicial, conforme o artigo 28.º do documento.

Como se a Dream’s Leisure fosse a verdadeira proprietária, o contrato impõe, no artigo 29.º, que a Sonangol tem de ter autorização da Dream’s Leisure para ceder direitos a terceiros sobre o seu hotel.

A Sonangol assume os prejuízos da gestão do hotel, pagando à Dream’s Leisure o que esta cobrar como tal. Desse modo, “o contrato incentiva, a Dream’s Leisure a empolar custos e a declarar prejuízos. Documentos verificados pelo Makaangola revelam que, nos 10 anos de gestão, a Dream’s Leisure apenas “devolveu” 11 milhões dos 12 milhões de dólares que lhe foram entregues pela Sonangol. Pagou seis milhões em 2015 e os restantes cinco em 2017.

Através da investigação do activista Rafael Marques, foi possível revelar que o custo final ultrapassou os 190 milhões e 536 mil dólares. A este valor acrescem os 6 milhões e 670 mil dólares pagos à Sigma Group, para a elaboração do projecto, e mais 7 milhões e 722 mil dólares pagos à mesma empresa pela fiscalização da obra.

A Sigma Group pertence aos mesmos sócios da ROC, que são também os donos da Dream’s Leisure. No total, a Sigma recebeu 14 milhões e 392 mil dólares. Assim, o custo total do hotel atingiu os 204 milhões e 928 mil dólares. O contrato foi cancelado e entregue e o imóvel entregue ao Estado estando sob alçada da equipa de recuperação da Procuradoria Geral da República.

Fonte: Angonotícias