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Empresas que financiam terroristas operam em Angola

Notícias de Angola – Empresas que financiam terroristas operam em Angola, diz Jornal de Luxemburgo

Angola tem servido de plataforma e refúgio a empresários libaneses que financiam o organizações consideradas terroristas pelos Estados Unidos da América, nomeadamente através de importantes apoiantes do Hezbollah que residiram durante duas décadas no país e que ainda detêm não oficialmente importantes empresas comerciais.

Apesar de dois desses grandes empresários libaneses – Kassim Tajideen e Hatem Barakat – considerados pela Justiça americana como ”Specially Designated Global Terrorists” – estarem agora presos nos EUA, por financiamento a alegados grupos terroristas, algumas das suas empresas continuam operacionais, embora umas tenham mudado de nome, e outras tenham sido expropriadas e “vendidas”, num escândalo judicial que levou recentemente à demissão do Presidente do Supremo Tribunal, Rui Ferreira.

O Presidente da República, João Lourenço, aceitou já este mês o pedido de demissão de Rui Ferreira. O juiz considerou estar a ser alvo de uma “campanha intensa e cruel de mentiras, deturpação de factos, intrigas, calúnias e insultos” que teriam lesado a sua reputação e dignidade, afectado a sua saúde e imposto “um sacrifício” à sua família.

Rui Ferreira foi acusado de estar envolvido em atos de corrupção para beneficiar a sua família, que o levaram a iniciar uma ação em tribunal contra o empresário Francisco Dias dos Santos (Kito dos Santos) que o acusou de usurpar os negócios do Grupo Arosfran do qual era sócio com Tajideen.

Outro alegado grande financiador do Hezbollah e fugitivo, Adnan El Rahi, também estará ainda escondido em Angola, segundo a Justiça americana.

Acusado de fraude, lavagem de dinheiro, violação das regulações e sanções contra o terrorismo global, Tajideen acabou preso em Marrocos, tendo sido extraditado para os EUA, em Março de 2017, ao abrigo de um mandato da INTERPOL. Julgado, foi condenado a cinco anos de cadeia e multado em 50 milhões de dólares.

“Terroristas Globais”

Em 1990, o libanês Mohamed Tajideen, de 63 anos, instalou-se em Angola onde criou a sua primeira empresa. Tajideen é filho de Kassim Tajideen, um belga com cidadania americana.

Kassim e os irmãos, Ali e Husayn Tajideen, construíram um negócio familiar que se tornou um império na criação de aves, venda de arroz, propriedades e construção. Ali foi um antigo comandante do Hezbollah, segundo os EUA, enquanto Husayn é qualificado como um grande contribuinte e angariador de dinheiro para o Hezbollah.

Quando os irmãos foram acusados, pelos EUA, de auxílio ao terrorismo em 2010, reestruturam o seu império multimilionário para esconder o papel de Kassim – já considerado “terrorista global” pelos EUA – que operava uma importante rede em Angola e no Líbano e que contribuiu com dezenas de milhões de dólares para o Hezbollah (o Partido de Deus, ver caixa).

Os seus interesses incluíam as empresas de direito angolano “Golfrate Holdings Lda”, “Afri Belg Comércio e Indústria Lda”, e o “Grupo Arosfran – Empreendimentos e Participações S.A.R.L”, todas elas designadas pelo Departamento do Tesouro norte-americano como entidades financiadoras de terroristas.

Segundo o Comité dos Negócios Estrangeiros dos EUA, Hatem Barakat, que estava indiciado como financiador do Hezbollah desde 2006, era o proprietário da empresa Infornet Princesa, que vende equipamentos eletrónicos, brinquedos e acessórios diversos em Luanda. Esta empresa continua a operar na capital angolana, conforme fotos captadas esta semana pelo Contacto na cidade de Viana, nos arredores de Luanda, e que aqui divulgamos.

“Quem poderia imaginar que terroristas procurados do Hezbollah poderiam refugiar-se em Angola e que este país africano se tornaria o centro mais importante para os financiadores do terrorismo islâmico, de onde, através de empresas de conveniência, acumulam milhares de milhões de dólares com todo tipo de tráfico ilegal que varia do tráfico internacional de drogas a diamantes sangrentos”, lê-se num relatório elaborado pela activista judaica Paola P. Goldberger de Outubro de 2018.

“E ainda é assim!”, reitera. “Os serviços secretos ocidentais monitorizam as actividades do Hezbollah em Angola há algum tempo e o que descobriram mostra que os terroristas libaneses também usam a América do Sul para seus negócios obscuros”, acrescenta.

“Mas o que está a acontecer em Angola excede até o que o Hezbollah e o Irão estão a fazer na América do Sul, porque nem precisam de se esconder, já que em Angola as suas atividades são divulgadas e são bem vistas pelo governo local”, denunciava um seu relatório antes da rede ser exposta e o seu líder preso pelos EUA.

“Vamos começar pelo que são considerados os banqueiros do Hezbollah, Hatem Barakat e Kassim Tajideen. Procurados pelos EUA, o primeiro no Brasil, e o segundo em Marrocos, estão atualmente detidos. A sua prisão, no entanto, não interrompeu as suas actividades em Angola, onde têm uma densa rede de empresas, através das quais transportam drogas para Europa, trocam diamantes extraídos em Angola e reciclam o dinheiro sujo”, acusa.

Recorde-se que o Hezbollah nasceu para combater a invasão do Líbano por Israel em 1982 e a posterior ocupação de parte do país por tropas hebraicas.

Hatem Barakat é acusado pelas agências americanas de combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo como sendo a mente por detrás da reciclagem do imenso volume de dinheiro que o Hezbollah alegadamente obteria do tráfico de drogas da América do Sul e, recentemente, também do de diamantes. Preso pela polícia brasileira na chamada “zona da tríplice fronteira”, e atualmente detido no Brasil, aguarda extradição para os EUA, que o consideram o banqueiro do Hezbollah.

Segundo os serviços de inteligência dos EUA e de Israel outro financiador do Hezbollah continua em Angola. Trata-se de Adnan El Rahi, um importante “lavador de dinheiro”, cujo nome surgiu durante a Operação Perseus, uma das maiores operações norte-americanas contra o sistema financeiro do Hezbollah.

Angola “paraíso do Hezbollah”

As ligações de empresas angolanas ao financiamento do movimento xiita Hezbollah levaram a que Angola fosse recentemente acusada de se ter tornado “numa base do paraíso islamista” deste grupo terrorista libanês. A acusação consta de um relatório intitulado “O Elo Hezbollah-PCC-Angola e Empresas de Relações Públicas”, elaborado pelo perito brasileiro em questões de terrorismo,

De acordo com a denúncia, veiculada pelo site Club-k.net, “Angola, sob a batuta do Presidente João Lourenço, é praticamente uma base do Hezbollah e um paraíso Islamista.”

O autor da análise lembra que “quando as empresas do EUA se relacionam com empresas de países como Angola, na verdade, militam contra os esforços do próprio governo na luta contra o terrorismo.”

Max Coutinho refere-se especificamente ao empresário libanês Kassin Tajedeen que, antes de ser detido pelos EUA, controlava empresas angolanas como a Arosfran, Golfrate e Afribelg.

Apesar de ter sido expulso de Angola, os negócios de Kassim Tajideen ficaram na posse do seu advogado Rui Constantino Ferreira que, ao tempo, exercia as funções de Presidente do Tribunal Constitucional.

As autoridades americanas, tem feito diligencia no sentido de ver esclarecido este assunto por entenderem haver provas de atividades continuas de financiamento ao terrorismo, uma vez que as empresas herdeiras da Arosfran (ALLCOMERCE, ALIMENTA ANGOLA entre outras), terem passado para a gestão de Sidney Manita Ferreira (em representação do seu pai, o Juiz Rui Ferreira) e de Moahmed Tajedeen (representando o seu pai Kassin Tajedeen).

A sustentação de ocorrência de alegadas “atividades continuas de apoio ao Hezzbolah” é baseada no facto de a família Ferreira repatriar (alegadamente por via do Banco BIC) dividendos dos lucros dos negócios em comum, para um irmão de Kassin Tajedeen, de nome “Hamed”, baseado na Bélgica. O esquema de envio de dinheiro a Hamed seria feito a partir da “Ango-Alimentos”, empresa de bens alimentar pertencente a família Ferreira que comercializa alimentos ao norte da fronteira do Luvo, na província do Zaire, com a República Democrática do Congo.

O autor da análise lembra que “quando as empresas do EUA se relacionam com empresas de países como Angola, na verdade, militam contra os esforços do próprio governo na luta contra o terrorismo.”

Max Coutinho refere-se especificamente ao empresário libanês Kassin Tajedeen que, antes de ser detido pelos EUA, controlava directamente as empresas angolanas Arosfran, Golfrate e Afribelg.

As autoridades americanas, tem feito diligencias para este assunto ser esclarecido, por entenderem que existem provas de atividades continuas de financiamento ao que consideram terrorismo, uma vez que as empresas herdeiras da Arosfran (ALLCOMERCE, ALIMENTA ANGOLA entre outras), passaram para a gestão de Sidney Manita Ferreira (em representação do seu pai, o Juiz Rui Ferreira) e de Moahmed Tajedeen (representando o seu pai, Kassin Tajedeen).

A sustentação de ocorrência de alegadas “atividades continuas de apoio ao Hezzbolah” é baseada ainda no facto da família Ferreira repatriar (alegadamente por via do Banco BIC) dividendos dos lucros dos negócios em comum, para um irmão de Kassin Tajedeen, de nome “Hamed”, baseado na Bélgica.

O esquema de envio de dinheiro a Hamed seria feito através da “Ango-Alimentos”, empresa de bens alimentar agora pertencente à família Ferreira e que comercializa alimentos a norte da fronteira da província do Zaire com a República Democrática do Congo.

Entretanto, em Abril, o governo angolano e o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos assinaram um acordo de assistência técnica com a Unidade de Informação Financeira (FIU) para o combate ao financiamento de atividades terroristas no país e contra a lavagem de dinheiro.

O Banco Nacional de Angola (BNA) admite “insuficiências” na prevenção da lavagem de dinheiro por parte de instituições bancárias nacionais por “não declaração da origem e destino de fundos”.

“Ainda há atalhos no sistema de prevenção da lavagem de dinheiro e na monitorização dos riscos dos clientes”, disse a chefe a unidade de prevenção de branqueamento de capitais do BNA”, Delmise Florentino.

“Algumas instituições não dispõem de aplicações informáticas a funcionar e outras têm-nas, mas estas não geram “os avisos necessários à execução de uma operação transacional de risco”, afirmou.

Posteriormente, os Estados Unidos reconhecendo os esforços do governo do Presidente João Lourenço anunciaram a concessão de dois milhões de dólares a Angola em assistência ao combate ao branqueamento de capitais e financiamento de terrorismo.

C/ WORT.LU

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