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As bolsas de estudo, os quadros e as instituições de ensino superior

A concessão de bolsas de estudo Internas, por parte do Estado, são uma iniciativa louvável, porque vai permitir que muitos jovens, com dificuldades económicas, possam prosseguir os seus estudos e formar-se em diferentes áreas do saber.

Sabe-se que há muitos jovens que pertencem a famílias pobres, que não têm rendimento para sustentar os seus estudos, pelo que se justifica que o Estado intervenha e mobilize recursos financeiros para financiar bolsas de estudo internas.

 

Com a concessão de bolsas de estudo internas, pode-se proporcionar a muitos jovens talentosos a possibilidade de se tornarem bons quadros. O importante é que os critérios de atribuição de bolsas de estudo internas sejam transparentes e justos.

Que não se cometam os erros do passado em que se atribuíam em muitos casos, bolsas de estudos a estudantes que não davam garantia de empenho nos cursos que frequentavam. As bolsas de estudo devem ser concedidas aos estudantes brilhantes e que tenham dificuldade real de custear a sua formação.

O investimento no capital humano terá um retorno que se vai repercutir na vida produtiva nacional. Que não se perca de vista o facto de hoje o país ainda precisar de quadros bem formados em várias áreas do saber, para o que será também necessário cuidar da qualidade do nosso ensi-no superior.

Não basta a atribuição de bolsas de estudo a estudantes que se revelaram brilhantes no ensino médio e que querem ter uma formação superior. É fundamental que as instituições de ensino em que esses estudantes se vão formar estejam dotadas de bons professores, que possam transmitir elevadas competências aos formandos.

Que se faça um grande esforço no sentido de se acabar com a tendência de encarar o ensino superior como um mero negócio lucrativo, sem a preocupação de se criar condições para que os que acabam os cursos superiores sejam quadros de alto nível.

O país já gastou muito milhões de dólares com consultores estrangeiros ao longo de vários anos, pelo que é de se começar a pensar numa refundação do nosso ensino superior, de modo a conferir-lhe qualidade. As instituições de ensino superior devem preocupar-se com o seu prestígio, não devendo centrar-se apenas na produção de diplomas, que depois podem não ter valor algum no mercado de trabalho.

Que as universidades e outras escolas superiores estudem a dinâmica e a estrutura do mercado de trabalho para que o seu programa curricular possa ser de facto um instrumento capaz de formar quadros que resolvam os problemas da sociedade.